REPARATION

PARTE II

Boa leitura, doces!🧁💕

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Quando voltara a consciência Harry o olhava da cama, a doutora fazia alguns exames, pedindo que respirasse fundo, segurasse e soltasse. Harry a obedecia, mas seus olhos não saíam de si. Um sorriso cruzou os lábios cortados do garoto quando ele o viu acordado. Bucky devolveu o sorriso, notando que sua mão ainda estava sobre a maca, Harry a segurava apertado enquanto a doutora analisava o soro de nutrientes que Harry estava recebendo na corrente sanguínea por sua desnutrição severa. Nenhum dos dois disse nada até que a doutora houvesse terminado suas perguntas e exames, saindo da sala em seguida.

- Como se sente?- perguntara, Bucky, assim que a porta fora fechada, sem deixar tempo para que outra coisa fosse dita.

- Estou bem. Um pouco dolorido e fraco, mas bem.- respondeu, franzindo o nariz em uma careta.- Doutora Bahnet informou sobre minha consulta com o psicólogo às duas da tarde, depois disso, se tudo correr bem, em, no máximo, uma semana eu estou saindo dessa prisão.- contou, olhando ao redor com pesar.

- Já pensou no que vai fazer?- perguntou, Bucky, um gosto amargo subindo por sua garganta com a pergunta.

- Eu não quero voltar, então, provavelmente, vou arranjar um lugar para morar e... E eu não faço ideia.- respondeu, deixando a cabeça cair sobre as mãos derrotado.

- Ou podemos resolver isso juntos.- ofereceu, sorrindo quando o garoto o olhou indeciso.- Digo, é uma possibilidade. Tenho um apartamento, podemos descobrir tudo o que aconteceu e você provavelmente terá mais consultas com o psicólogo. Talvez seja benéfico.... Eu não sei, se você quiser.... Ou não.... Eu não quero, céus eu estou parecendo um acéfalo!- exclamou quando o garoto riu de sua total falta de decoro enquanto se perdia em suas próprias palavras.

- Eu aprecio sua intenção, Bucky, mas... Nós não nos conhecemos e... Eu não quero ser um fardo, além de que... Eu só... Não dá.- respondeu, Harry. Bucky sentiu o medo escondido em cada uma de suas palavras.

- Harry.- chamou, atraindo a atenção do adolescente que olhava perdido para os lençóis.- Eu sei que não nos conhecemos, mas eu estou aqui, não estou? Eu não vou deixar você sair desse hospital sozinho e todo remendado.- garantiu, sua mão tocando a de Harry em conforto.- Nós temos uma semana ainda, se até lá você não se sentir confortável com a minha presença, acharemos outra solução. Tudo bem?- perguntou, analisando o adolescentes cuidadosamente. Harry pareceu meditar alguns segundos antes de assentir.

- Me parece bom.- concordou, voltando a relaxar contra a maca.- Sabe... Você deveria ir para casa, descansar, tomar um banho, comer...- falou, após alguns segundos analisando o homem sentado na poltrona. Era nítido que Bucky estava cansado.

- Você acha que eu estou fedendo?- perguntou, erguendo o braço robótico e cheirando o metal coberto pela jaqueta de couro. Harry riu, revirando os olhos.

- Não, eu só... Você está cheirando ferro Barnes?- perguntou, franzindo o cenho e segurando a risada.

- Claro. Um aroma mais cibernético.- respondeu, piscando o olho direito e ajeitando os cabelos compridos que caíam em frente o seu rosto.

- Você é um ser humano peculiar.- replicou, Harry, balançando a cabeça em exasperação.

- Diz o garoto que pulou vinte e sete anos de vida para cair no meio da rua.- retrucou, erguendo uma sobrancelha enquanto Harry revirava os olhos e erguia os braços em rendição.

- Touche.- respondeu, rindo. Bucky sorriu, gostando de ver o adolescente relaxado pela primeira vez.

Ambos pararam quando a enfermeira, Betty, entrou pela porta. Havia uma nova bandeja de comida em suas mãos enquanto entrava no quarto cantarolando alguma melodia. Harry a assistiu com um sorriso no rosto, enquanto a mulher cuidadosamente apoiava a bandeja em sua frente e explicava o cardápio. Uma incrível gororoba ao molho de gororoba, ela disse. Harry riu, mas não disse nada quando o prato fora descoberto.