Capítulo 4

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Comecei a despertar do sono e lentamente me mexi na cama. Meus movimentos na cama eram um tanto limitados pois eu sentia praticamente cada extensão do meu corpo dolorido, também sentia que havia algo de estranho, o colchão parecia mais fino do que eu me lembrava e os lençóis que tanto forravam ela e o travesseiro, quanto os que me cobria, possuíam um tecido um tanto mais grosso e meio áspero. Mas aquilo não aparentava ser um problema, afinal, por algum motivo aquele ambiente me fazia querer relaxar um pouco mais. Eu não sabia que horas eram mas estranhei o fato de não ter ouvido nenhuma discussão. Depois de um suspiro longo abri os olhos e me deparei com o quarto até que um tanto claro. De primeira, eu estranhei as cortinas brancas que tremulavam com o vento. Fazendo força nos meus braços, eu me sentei na cama e olhei ao redor confuso.

- O-Onde raios eu estou? - Reparei nas roupas que vestia e notei que elas nem chegavam perto das que usava em casa. Eu estava sem entender o que tinha acontecido e buscava uma explicação para meus músculos doerem tanto! Foi então que as memórias do dia anterior retornaram a minha mente e tudo começou a fazer sentido. - Ah… é verdade. Eu estou na casa daquele… esqueleto, eu acho...
  
Cocei levemente a cabeça e consegui ouvir duas vozes de homens conversando. Uma era recentemente familiar mas a outra eu desconhecia por completo. Caminhei até a porta, um desorientado. Por muitas vezes minhas pernas pareciam querer falhar, até porque eu não lembrava de estar mancando, peguei meu cachecol que estava junto as minhas roupas dobradas em cima da cômoda e do lado do meu celular, envolvi ele em meu pescoço, abri a porta devagar e saí um tanto desconfiado e levemente curioso, como sempre. Fiquei temporariamente envolto por uma claridade que me deixou cego por alguns segundos até que minha pupila se contraísse e se acostumasse com a luz do ambiente. Antes que pudesse falar alguma coisa, a típica voz do meu anfitrião já estava se pronunciando ao meu respeito.

- Olha só ele aí! O garoto de quem eu estava falando! Bom dia Edgar! Ou melhor dizendo, hihihi - ele riu. - boa tarde! Quem diria, você dormiu mesmo como uma pedra! Estava quase indo ligar para a Pam pedindo que ela vinhesse aqui dar uma olhadinha em você. Fiquei preocupado. Está se sentindo melhor?

- Ah… eh… Acho que sim- falei, estranhando um pouco a presença do outro homem. Os dois estavam sentados em duas cadeiras na mesa da cozinha, o homem possuía cabelos vermelhos, usava uma camisa azul clara e um colete azul escuro por cima, um cinto de couro com balas presas nela e um coldre contendo um revólver, além de usar calças escuras e botas com estrelas amarelas na lateral.

- Ora ora vejam só! Então esse é o tal do Edgar! Hmm… vamos ver - ele se levantou da cadeira e tirou um pequeno bloco de notas de um bolso que ficava na parte de trás da calça, rapidamente folheou até que parou. - Aha! Está aqui! Garoto branco, praticamente pálido, cabelos azul escuros cortados na metade com a parte que restava, recaindo sobre o olho esquerdo, estatura mediana para alta, magro, comumente visto usando roupas escuras e com um cachecol listrado! - Fiquei um tanto chocado e dei um passo para trás, sem entender o que estava acontecendo.

- Você.. por acaso, estava me perseguindo ou algo do tipo?!! 

- A-Ah bom, deixe-me explicar, Edgar, esse é o xerife Colt e… - desta vez foi o Poco quem se levantou. 

- Eh.. Eu imaginei. Foram eles que te mandaram, não foi?

- Seus pais andam muito preocupados com você, garoto.

- Eu não tenho pais! - falei em um tom firme e apertando o punho. - Eu sabia! Sabia que não deveria confiar em você! Você… me entregou para a polícia! 

- E-Ei! Espera! Isso tudo é um mal entendido!! - Poco tentou se justificar. - O Colt não veio aqui atrás de você e nem eu te denunciei a ele, e a propósito, por que eu faria isso?! Colt, você poderia me explicar o que está acontecendo?

Brawl Stars - Em Busca Pela Luz (Edgar Origem)Onde histórias criam vida. Descubra agora