feelings

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🇬🇷

Violete Georgio

O club estava calmo e tranquilo. Claro que com uma idéia de última hora, não foi possível fechar apenas para o Madrid, porém, os meninos deram uma de passarem desapercebidos, mesmo sendo quase impossível. A sorte deles era que o tempo não estava favorável, ou então esse bar estaria lotado e com as filas dando voltas nas esquinas.

Toni se sentou com Sergio, Marcelo e Casemiro, ele parecia aéreo, não sei ao certo. Pediu apenas um refrigerante, e eu achei que jogadores bebiam apenas água, ao menos Cristiano Ronaldo é adepto a isso. Sorri despretensiosamente enquanto observava James e Assensio pedindo quase tudo do cardápio, alegando não terem comido no hotel. E Flora estava em sua clássica água com limão.

- Por que fica o encarando toda hora? Dios mío! - Ela bateu impaciente na mesa.

- Por Deus, Flora! De quem está falando? - No fundo eu sabia se quem era, mas me negava a dizer em voz alta.

- Antônio. - Respondeu levando seus olhos até ele. O alemão sorria de algo dito por Marcelo e droga, ele tinha o sorriso mais lindo de toda Grecia.

- Bobagem sua. - Disfarcei como pude. - Eu estou atenta a todos, afinal, estão sob minha responsabilidade. - Mexi os dedos no guardanapo, mas eu não conseguia mentir perto de Flora. A maldita espanhola me intimidava.

- ¡Que mentira! Você é incapaz de mentir para mim. - Sorriu satisfeita. - Por que não o chama pra dançar, ou conversar?

- Enlouqueceu? Este homem tem uma aliança de compromisso no dedo! - Enfatizei a palavra compromisso apontando para minha propria mão. Flora sorriu ladino e chegou mais perto.

- Ele está solteirissimo, cariño. - Piscou. - Faça ele arrancar aquele anel de uma vez por todas!

- Flora, você está claramente alterada por água com limão. - Me levantei pegando meu casaco. - Se me dá licença, vou espairecer na sacada. - Vi a morena sorrir antes sair do local. De fato, ela estava maluca em achar que eu e Toni teríamos alguma coisa. Compromissado ou não, ele era um jogador de alta importância na Espanha e Alemanha, e eu apenas uma guia comercial local.

O vento bateu gelado em meu rosto, a sacada estava quase vazia, apenas duas ou três pessoas conversando do outro lado em uma mesa mais reservada. A luz era baixa e em tons amarelados. A chuva ainda caia, só que agora mais fina do que antes. O céu estava uma mistura de dia chuvoso e nublado, ainda sim era lindo, afinal era Grécia.

- Flora disse que você estaria aqui. - Reconheci a voz de Toni junto ai meu ouvido. Minha alma saiu do corpo em voltou em questão de segundos. - Você saiu de pressa, achamos estranho.

- Achamos? - Eu disse sem me virar.

- Eu - Ele respondeu. Toni se encostou na sacada ao meu lado antes de continuar. -, e os meninos, é claro. - Ele era um mix de mistério e dúvida. Ao mesmo tempo que deixava suas opiniões a claro, deixava expectativas ocultas. Me causava calafrios só de observar seus olhos azuis e seu sorriso ladino.

- Está tudo bem, eu só precisava respirar um pouco. - Mexia freneticamente nos botões do casaco, eu estava nitidamente nervosa e não sabia o porquê. - Você já pode voltar.

- Está me expulsando, Vio? - Vio.

Durante cinco anos Flora me chamava assim, todos os dias, em vários momentos. Minha mãe também já se referiu assim, embora ela preferisse Viola, era um jeito francês que ela inventou. Mas nunca, nunca alguém havia causado aquele efeito em mim pronunciando meu apelido. Eu estava sendo esmagada com sensações que não sabia como lidar.

- Claro que não, Toni. - Experimentei virar e droga, ele estava me observando. Seus olhos eram tão intensos. Eram azuis, mas eram profundos, eram convidativos, eram um poço desconhecido, uma imensidão azul como o oceano. Estava me convidando, e eu iria, se não fosse o dourado brilhando em seu dedo. Aquilo me fez acordar na mesma fração que me fez cair. - Você tem alguém. - Saiu pela minha boca, mais como uma afirmação do que uma pergunta. Escapou sem que eu pensasse sobre.

Toni voltou seus olhos a sua mão esquerda, e depois deitou sua testa no mármore da varanda. Eu me arrependi amargamente de ter tocado naquele assunto, mas aquilo me prendeu, eu não poderia continuar sabendo que tudo isso ainda estaria atrelado a ele.

- Eu não tenho ninguém, Vio. - Um longo suspiro deixou seus lábios. Um suspiro de alívio. - Pelo menos não mais. - Tentei ignorar mas seu tom era de dúvida.

- Me desculpe por ser invasiva e perguntar, eu só..., não sei o que passou pela minha cabeça. - Tentei me justificar, mas nada justificaria a minha curiosidade. Toni pareceu não se importar tanto, mas ainda sim, estava chateado.

- Não peça desculpas, Vio. Você está correta, não seria honesto flertar com alguém casado. - Ele sorriu tirando aquela feição de lamento do rosto. Sei que já disse algo parecido, mas Toni tinha o sorriso mais lindo de toda a Grécia e mundo, e não era um exagero, era uma afirmação. Novamente, eu me perdi no seu olhos azuis, não sei quanto tempo foi necessário até eu me desse conta da distância entre nós. Eu queria, queria muito beija-lo e quis ainda mais quando suas mãos tocaram minha cintura.

Não era errado sentir isso por alguém que acabou de conhecer?

- Toni...me desculpe, não sei o que fazer. - Deitei minha cabeça em seu ombro. Estava quente e confortável. Ele vestia um casaco preto com o símbolo do Real Madrid. Me aconcheguei ali e senti suas mãos acariciarem minhas costas, depois meu cabelo, indo e voltando. Eu podia ver seu rosto quase encontrando meu ombro. Toni era alto, mas eu se curvou para me abraçar. Deixei um beijo sutil em seu pescoço e vi de relance ele sorrir. Não foi sorriso premeditado, foi um sorriso incontrolável, aqueles que escapam quando você vê a foto de alguém que gosta, ou quando lê a mensagem de alguém importante. Senti uma pontada incontrolável no coração ao pensar sobre isso. Seus olhos fecharam e sua respiração era tão calma, eu poderia facilmente ficar ali por horas ou pra sempre. Mas, o pra sempre não existe em algumas histórias. Seu telefone começou a tocar e mesmo que que Kroos se recusasse a atender, eu sabia que ele precisava. - Atenda, pode ser importante.

Toni resmungou algo em alemão quando sai de seus braços. Senti o vazio e o frio me atingirem novamente. Ele deu uma breve olhada no nome que brilhava na tela, eu sabia quem era apenas pela sua expressão. Era ela. Balançei a cabeça dizendo ele poderia atender sem problemas, aliás, eu não tinha nada a ver com eles. Por mais que coisas como essa acontecessem, pra sempre é uma realidade distante que nem todos mereciam, ou simplesmente não adquiriram. Eu era uma delas.

Eu precisava tanto assim de Toni Kroos, que só percebi quando ele desapareceu pelas escadas.

🇬🇷

como vai o nosso casal, huh???

talvez a (ex?)mulher do Toni apareça mais...vejamos.

até a próxima! ▪︎ repostado

Route | Toni KroosWhere stories live. Discover now