Route | Toni Kroos

eyes like oceans

🇬🇷

Toni Kroos

Me joguei na cama assim que cheguei ao hotel. Teríamos duas horas restantes para sairmos e conhecermos a Grécia. Seria uma viagem diferente, quase nunca tínhamos tempo de curtir o país. Deitei de barriga pra cima observando o tempo frio pela janela. Eu amava o frio, estava habituado pela Alemanha e Polônia. Então estava em casa em Atenas. Meus olhos focaram em minha mão direita onde residia um anel dourado e caro. Ah, Jessica. Me peguei pensando em quando foi que começamos a dar errado e quando foi que decidi largar tudo que construímos. Eu faria exatamente qualquer coisa por meus filhos, ao pé da letra, e se o melhor para eles significava Jéssica e eu separados, que assim seja então. Na verdade não era cem por centro sobre as crianças, nós também precisávamos estar bem. Com a mente vagando nessa direção, eu dormi profundamente ao som vento lá fora que com certeza era cinza.

- Toni, acorda preguiçoso! - Ouvi a voz conhecida me chamar. Me virei dando de cara com Marcelo, ele vestia o uniforme informal do Real Madrid por cima de uma casaco preto. - Saímos em dez minutos, eu não acredito que estava dormindo até agora!

- Valeu por chamar, eu cai no sono. - Respondi sem graça me levantando. - Vou me arrumar, te vejo daqui a pouco.- O brasileiro piscou e saiu. Se eu soubesse que pensar em Jessica me daria sono, tinha feito isso muito antes. Após usar o banheiro e vestir o mesmo uniforme de Marcelo, desci para o Hall do hotel vendo Ronaldo e Narvas conversando e apontando para o lado de fora. Motivado pela curiosidade me juntei até eles.

- O que há lá fora? - Perguntei assim que parei ao lado do camisa 7.

- Apenas olhe. - Ele respondeu. Uma multidão de merengues nos esperando do lado de fora do hotel. Sergio tinha razão, temos torcedores em todo o mundo. Sorri com a bela imagem na entrada. - Eu adoro isso.

- Adora ser o centro das atenções, não é? - Narvas perguntou e Ronaldo o empurrou como resposta. Continuei sorrindo até entrar no ônibus. Estou assim desde que pisei em Atenas, sorrindo. Passei pela porta principal ouvido os gritos e assobios antes abafados e agora nítidos dos torcedores. Impagável. Subi me sentando na última poltrona deitando a cabeça no banco. Seriam três incríveis dias.

- Eu queria tanto poder ir a um pub grego, quem sabe minha deusa não me aguarda em uma mesa qualquer. - Marco comentou quando o ônibus deu partida. Marcelo e Isco se acabaram de sorrir em gargalhadas altas. Ouvi algo como "côrno" sendo tido por Casemiro, não fazia ideia do que significava, mas isso fez Marcelo rir mais que antes.

- Provavelmente nem Afrodite te faria um milagre, Asensio. - Ramos respondeu arrancando mais risadas. - Sua carinha de anjo não esconde o galinha que você é.

- Ei! - Ele protestou ofendido. - Eu não sou galinha, sou um menino pra se casar. - Seu tom decepcionado era apenas fachada.

- Você brinca, Marco. - Marcelo disse em seguida, estava limpando as lágrimas. - Toni fala pra ele, anda fala! - Pedia eufórico. Eu neguei, não queria entrar nesse mérito novamente. Mas, o brasileiro pedia com cara de cachorrinho molhado. - Por favor, Toninho Rodriguez!

- Ah, não me chama assim! - Fiz careta com seu apelido ridículo que ganhei no dia que fomos até sua casa e quando os meninos viam Os Incríveis na TV, Marcelo me apresentou o nome brasileiro para um dos personagens. - Pois bem, Sanchez tinha uma amiga que conheceu em um salão de beleza - Despretensiosamente, eu comecei a falar mesmo com Asensio protestando. Marcelo segurava a risada com a mão na boca. -, essa tal amiga disse que ficou com você no Heavy, em Barcelona, só que não durou....