take me home

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🇬🇷

Toni Kroos

Olhando novamente pela pequena janela do avião, observei ao fundo Marcelo sorrindo de algo dito por Casemiro. Eles conversavam em português e eu não entendia absolutamente nada, mas sorri do mesmo jeito, particularmente eu amava a aura brasileira. Me ajeitei no banco e levei meus olhos para o mini bar do avião. Ramos estava lá concentrado em algo que Modrić dizia, chegava a ser engraçado como o Capitão se quer piscava. Eu me sentia estranho naquele dia em especial, aquele aperto no peito ou, uma saudade estranha de casa. Casa. Quatro questionáveis letras, seriam um lugar, um prédio, um espaço físico ou alguém?

- Escrevendo poemas, Romeu? - Marco sussurrou me trazendo de volta. Estava em meus devaneios, de novo.

- Fui longe dessa vez. - Admiti. - Não se preocupe, sua amada terá o dela, você pode assinar depois. - Pisquei brincando e ele sorriu. Asensio era a personificação de juventudes, ou seja, o pulsar de seu coração. Ele era descolado, divertido, não tinha tempo ruim e seu humor estava sempre em um bom dia. Eu gostava dele.

- Não se esqueça de me entregar pessoalmente. - Ele pareceu sério. - Ela quem pega as correspondências... - Piscou. Dei um empurrão em seu ombro como resposta.

- Grécia. - Pensei alto. Marco olhou pela janela sorrindo em seguida.

- Um ótimo lugar pra escrever poemas e fazer pedidos em fontes. - Ele suspirou zombando de mim, claro.

- Vázquez vai ser o primeiro. - Estendi minha mão em sua direção. Asensio pareceu pensar na proposta antes de dizer algo.

- James. - Respondeu confiante. Torci o lábio apertando sua mão. Ok, talvez eu não tivesse pensado direito, James é um grande candidato.

- Chegamos senhoras e senhores! Não quero ninguém se lamentando em algum bar de esquina ou chorando aos pés de Afrodite. - A voz de Sergio cortou nossa conversa.

- Quem é a senhora? - Marcelo perguntou e ninguém segurou a risada, nem eu.

- Vamos, piadista, desça com o pé direito. - Ramos estendeu a mão e o brasileiro desceu animado. Fizemos uma fila logo depois. Grécia. Tão apaixonante e misteriosa. É diferente, Paris é apaixonante, mas ao mesmo tempo é algo tão certo. Entanto Grécia, era um amor proibido e errado que ficava entre quatro paredes do belo Museu a nossa frente.

- Eu amo barroco! - Vinicius berrou sendo o último da fila.

- Não estamos na Itália, Júnior. - Bale presenteou o mesmo com um tapa na nuca. Continuei com meus olhos estagnados em cada escultura na entrada, era simplesmente esplêndido.

- São de pedra, Kroos. - Isco pareceu sem pretensão alguma.

- Você enxerga, Francisco - Eu disse sem encara-lo. -,mas não observa. - O ouvi resmungar.

- Mas são de bronze e mármore velho. - Ele rebateu. Virei meu rosto para vê-lo com uma expressão engraçada de duvida.

- Esse é o ponto, você enxergou os materiais, mas não a obra. - Isco abriu a boca mas fechou no mesmo instante, talvez estivesse pensando. - Quem sabe da próxima vez. - Pisquei e ele saiu resmungando algo inaudível. Permaneci ali, ainda vidrado nas imagens.

- Cuidado, Antônio - Senti o toque de Sergio em meu ombro. -, Grécia também tem madridistas, não fique perambulando sozinho por aí como em todas as viagens. - Assenti rapidamente vendo que era o último parado em frente ao Museu. Me desculpei baixinho e corri até o carro. Seria uma tarefa difícil não me perder na Grécia.

Route | Toni KroosWhere stories live. Discover now