Com amor, Nosh

Capítulo 13

Pov's Noah

Acordo no outro dia, parece que eu não dormi nada. Levanto, visto uma roupa qualquer, estou sem saco pra ficar pensando no Blue agora, mesmo que seja difícil. Desço para o café da manhã, a mesma coisa, desde que eu me assumi, pego o que a minha irmã deixou pronto, e vou para a escola. Entrando encontro Cal conversando com uma amiga dele. Quer saber? A merda já está feita, eu vou perguntar se é ele. Chego perto dele, e espero até a menina ir embora.

Noah: Oi.

Cal: Oi, Noah.

Noah: É você? - Ele faz uma cara de confuso. - Você é o Blue?

Cal: Ah, não. Não sou eu. Desculpa. - Ficamos em silêncio. - Eu sei que você teve uns dias loucos, quer conversar?

Noah: Não, é... Eu não devia ter perguntado. Me desculpa. - Falo saindo.

Cal: Não, tá tudo bem. - Ele responde com um sorriso simpático no rosto.

Depois das aulas, vou ao primeiro lugar que apare em minha mente. O parque de diversões. Estaciono o carro em frente a roda gigante e apenas fico, parado, em cima do capô do carro, observando. Depois de algum tempo, não sei muito bem quanto tempo, entro no carro e vou para a casa.

No caminho de volta fico pensativo. Eu sou um bosta de pessoa. Perdi tudo, meus amigos, meu pai, o Blue, minha dignidade na escola. Como uma pessoa dessa consegue viver? Minha vontade agora é de sair com o carro na montanha e desabar.

Chego em casa, coloco meu casaco em cima pendurado na cadeira e as chaves do meu carro no chaveiro da porta de entrada. Entrando mais um pouco, encontro minha mãe na sala. Ela olha pra mim, e deixa uma deixa para conversarmos.

Noah: Você sabia? - Começo perguntando. Pegando ela de surpresa.

Wendy: Eu... Eu sabia que tinha um segredo. - Um tempo em silêncio. - Quando você era pequeno era tão espontâneo. Mas aí nesses últimos anos, cada vez mais... Eu sentia que você estava quase prendendo o fôlego. - Mais silêncio. Não sabia o que falar. - Eu queria perguntar o que era, mas eu não quis me meter. Talvez tenha sido um erro.

Noah: Não! - Finalmente falo alguma coisa. - Não mãe, você não errou em nada. - Sento em uma poltrona na frente dela.

Wendy: Ser gay, é uma coisa sua, algumas coisas você vai ter que passar sozinho. Eu detesto isso. - Estávamos sendo sinceros um com o outro. - Assim que você se assumiu, você disse: "mãe ainda sou eu", eu quero que escute isso. Você ainda é você, Noah. - Já estávamos, os dois, com lágrimas nos olhos. - Você ainda é o mesmo filho, que eu adoro implicar. E o seu pai depende de você pra fazer quase tudo. E você é o mesmo irmão, que sempre elogia a comida da sua irmã, mesmo quando tá tudo horrível. - Damos risada, mas ainda chorando. - Mas tem que soltar o fôlego agora, Noah. Você tem que ser você mesmo mais do que tem sido, a muito tempo. Você merece tudo que quiser. - Ela se levanta e beija minha testa. - Meu filho. - Ela beija de novo, e sai da sala.

Nessa hora em que ela me deixa sozinho, eu fico pensando. Eu vou me resolver com meus amigos. Primeiro de tudo, com Sina, ela sempre esteve do meu lado, e eu apenas a magoei durante esse semestre todo. Olho no relógio, que marcava 5 horas da tarde, esse horário ela anda com seu cachorro.

Saio de casa, e como eu disse, ela estava caminhando. Sigo ela até conseguir alcança-la.

Noah: Oi Sina, eaí? - Pergunto, tentando recuperar o fôlego, pois ela estava dois quarteirões na minha frente.

Sina: Oi, o que tá fazendo? - Ela pergunta confusa, me vendo correndo.

Noah: Dando uma corrida. Sabe? Minha rotina diária. - Invento qualquer coisa, eu precisava mesmo conversar com ela.