Capítulo IV. Regras Iniciais

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Fora um grande alívio para Severus descobrir que James não pretendia ter com ele a sua primeira sessão ali, na presença de Sirius e Lupin.

Segundo o próprio Potter, aquilo não seria adequado, uma vez que ele era novo naquela prática e ainda estava em fase de treinamento, cru.

Precisava ser carinhosamente cozido até ferver, como toda carne de qualidade.

Não se vai ao fogo sem passar pela água.

E com James, ele experimentaria os dois.

Sem saber, acabara sendo adquirido como submisso pelo dominador mais disputado da cidade entre a comunidade bruxa.

Quem não gostaria de servir a James Potter, afinal?

Uma coisa era inegável: ele era lindo, sem mais.

E pelo que todos diziam, muito talentoso em exercer o papel de mestre.

Ele agira de uma maneira surpreendentemente madura ante a recusa dos outros com relação ao seu ingresso no Madame Succubus.

Parecia ter realmente se tornado outra pessoa.

Se antes era um moleque, agora, sem sombra de dúvidas, ele era um homem.

Então porque, ainda assim, passada a excitação e adrenalina do momento, todos os neurônios calculistas de Snape pareciam dizer em voz alta "perigo"?

Por que estava inseguro quanto àquele primeiro encontro com Potter, que nem mesmo seria uma sessão?

Por que estava com medo de aproximar-se, de ser ferido, se conforme Cissy lhe explicava, todas as precauções eram tomadas previamente pelos dominadores em acordo com o submiss nos clubes sérios, como o Madame Succubus era?

Por que queria tanto voltar atrás e desistir?

Havia pensado em escrever uma carta, talvez. Ou enviar um patrono em tempo real.

"Cissy, não irei encontrar com Potter hoje. Estou com medo que ele use de sua posição de poder para se vingar de nossa rincha de quase dez anos atrás na escola."

"Jura? Sério mesmo, Severus?" ele conseguia ouvir nítida a voz de Cissy carregada de criticidade em resposta, caso o fizesse.

Sabia que seu medo era surreal e infantil.

Afinal, o que tiveram nos tempos de escola, aquelas intrigas entre grupos e casas, aquilo tudo era muito natural, comum.

Garotos brigam, é inevitável.

Imaturo mesmo estava sendo Sirius por persistir naquilo como uma criança mimada.

Mas com James, as coisas foram diferentes.

Ele havia levado Snape para uma sala, arrastado pela coleira, é claro – não poderia ser diferente passando pelos corredores lotados – e depois, isolara a sala acusticamente e selara sua porta com magia para dizer algumas palavras de introdução a moçoilo.

Era estranho.

Ele havia sido tão paciente, tão paternal, tão gentil...

A forma como tratara Severus, com tanta naturalidade, despindo-se de seu papel de dominador, fora de uma maturidade de realmente se impressionar.

Na noite anterior...

Uma vez dentro da sala, ele soltou a amarra da coleira que encarcerava Snape pelo pescoço e fechou a porta, lançando alguns feitiços na entrada para garantir ao casal a privacidade que seria necessária.

— Pode se vestir, Severus. — Ele disse, ainda sem olhá-lo, enquanto gesticulava com a varinha para a porta.

Snape piscou.

Dançando Entre Água e FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora