Casa dos TikTokers

A carona com Zé Felipe

João Guilherme

João Guilherme: eu não vou fazer isso

JC me olha com uma cara não muito boa, e começa a arrumar os papéis que estavam na mesa. Um minuto se passa, e ele ainda arrumava os papéis. Parecia que estava pensando, não como em me ajudar, mas como me convencer que a ideia dele seria o melhor pra mim. Mas eu não ia comprar essa. O que vou fazer em uma casa com mais 10, 20 adolescentes? Ficar gravando as dancinhas e pagar a estadia deles? Não queria isso.

Depois de mais algum tempo, o empresário finalmente quebra o silêncio:

JC: João, vou deixar você pensar. Não precisa me responder agora. Eu sei que isso não é do seu costume, mas é algo a ser considerado. Volta pra casa, pensa por esses dias, e na quarta você volta para conversarmos. Pode ser?

Eu concordei. Não que eu fosse pensar realmente, mas não queria acabar com tudo agora também.

Me despedi e saí do prédio. Esperei por um tempo na portaria porque o meu meio irmão, Zé Felipe, tinha oferecido uma carona pra casa. Depois de cinco minutos, eu e minha cara emburrada entramos logo que o carro do Zé Felipe parou na frente do prédio.

Pelo menos agora podia falar com o Zé, pedir a opinião dele, não só sobre a proposta mas sobre o término também.
Era legal conversar com meu irmão. Muita gente não sabe, quase todo mundo, mas o jeito que eu lido com meus relacionamentos é igualzinho ao Zé. Não sei se é de sangue, mas alguma coisa tem que ser. A gente sempre se falava sobre como é difícil ficar só com uma pessoa pro resto da vida. Isso lá faz sentido? Ele, igual a mim, não é dos melhores namorados. Sempre me conta historia das traições dele, e sinceramente? Minha vontade era ser igual a ele.

Ele mesmo sabe que a própria mulher dele, Virgínia, não é a pessoa mais fiel do mundo, então os dois se traíam mas sempre ficava de boa. O Zé sempre pedia minha casa pra fazer as festas escondidas dele, e eu, como o irmão legal, sempre deixava também. Essas festinhas sempre foram meio escondidas de mim antes dos meus 18 anos, mas eu sabia que era pura putaria. Não pensa que se resumia nele e em várias mulheres porque o Zé, igual a mim, nunca deve isso de perder sexo porque não fica com homens. Ele transava com as amigas e os amigos dele, sem problema nenhum, e por isso as festas conseguiam ser as melhores possíveis.

Como eu sabia de tudo isso? Ah, não me fazia mal dar umas espiadinhas no que eles faziam enquanto eu ficava "dormindo" no meu quarto. O Zé sempre parecia o rei da festa, ou como eu gostava de pensar, o dono do puteiro. Sei lá, o jeito que ele transava, mandando, dominando, sempre me deu muito tesão. Queria ser igual ele... e as vezes queria estar lá no meio, eu confesso. Nunca esqueço de umas cenas perfeitas que dava pra ver escondido da sala, principalmente das vezes que ele ficava dominando outro homem. Não sei porque, talvez por que a sensação de "perigo" seja diferente, mas ver meu irmão transando com outros caras sempre me dava mais tesão, ainda mais por quem eram os caras que ele chamava. Os amigos dele, todos perfeitos, e a galera famosa que ele chamava, todos muito bonitos. O que mais aparecia lá era o Gustavo Rocha, e nossa.. o jeito que o Zé pegava no cabelo dele enquanto metia, me deixava duro só de lembrar. Sempre começava com um boquete bem molhado do Gustavo. Ele se acabava no pau do Zé de uma forma que nenhuma mina já fez comigo. Depois ele ia ficando cada vez mais de quarto e o Zé começava a comer o cu dele, começava chupando e terminava socando forte.

Enfim, deu pra entender como o Zé é tipo, o irmão perfeito né? Voltando pro carro, eu ainda com cara de emburrado entrei e conversei o básico com o Zé, até que ele me perguntou do que rolou com o agente de marketing. Expliquei toda a questão, a idéia dele pra uma casa de influencers que eu seria o dono, como eu não queria fazer dancinha e bancar a estadia de uma galera só pra melhorar a minha imagem, e tudo mais. Depois de falar tudo, percebi um sorriso muito de canto do Zé, meio provocador até, e fiquei curioso no que ele falaria de toda a idéia.