A Rainha de Tudo

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Maria Aparecida sempre cresceu sem um pai. Sua mãe sempre tinha lhe dito que ele morreu em um acidente de carro quando ela ainda era pequena.
Por isso ela estava acostumada a viver sem uma figura paterna. Mas agora com a revelação feita por sua mãe no leito de morte, tudo mudou.
- Marcelo Romano? Um dos empresários mais famosos da cidade? - Perguntou Cida. - Não, não pode ser... O que você está dizendo, mamãe?
Carminda suspirou e em meio a tossidas, ela continuou:
- Iraci vai contar tudo para você. Agora... Eu preciso ir embora.
Cida pegou nos ombros de Carminda e a sacudiu.
- Não! Mãe, não!
Carminda fechou os olhos e morreu ali mesmo, deitada na cama.
Lágrimas saíam dos olhos de Cida. Ela não conseguia acreditar que tinha perdido a mãe tão de repente.
- Calma, princesa - disse Iraci, abraçando a morena e pedindo que ela se acalmasse. - Eu estou aqui. Vou cuidar de você. Afinal, eu sou sua madrinha.
Cida se aproximou de Iraci a abraçou, triste.

Em uma mansão bem longe dali, residia uma linda jovem chamada Mônica Bernardo. Ela era herdeira de uma das famílias mais ricas de São Paulo. Sempre teve tudo do bom e do melhor.
Mônica penteava seus cabelos loiros em frente ao espelho. Ela estava muito animada para o grande dia chegar.
Rita, uma de suas melhores amigas, se aproximou dela e pegou o pente.
- Você parece bem animada, Mônica...
Mônica sorriu.
- E tem como eu não ficar? Daqui a alguns dias será meu aniversário de 25 anos!
Rita assentiu.
- Seu pai me disse que está organizando uma grande festa para você! Ele disse que sua festa vai entrar para a história!
Mônica assentiu.
- Eu quero que a festa seja uma das melhores já feitas em São Paulo! E por isso conto com a sua ajuda.
Rita entregou o pente para Mônica.
- Não se preocupe. Eu e meu pai faremos de tudo para que a festa seja um arraso! Quem sabe assim você sai um pouco da seca, né, amiga?
Mônica franziu a sobrancelha.
- Do que você está falando?
- Estou falando que desde que você terminou o namoro com aquele rapaz francês você não se envolve com outros rapazes...
Mônica riu.
- Ah, Ritinha... Depois da desilusão que eu tive com aquele moço, eu decidi que vou esperar minha alma gêmea chegar...
Rita riu.
- E se ela não aparecer?
Mônica deu de ombros.
- Ela vai aparecer. Quem não quer namorar com a herdeira da família Bernardo?
As duas riram.

Cida se sentou em um sofá e escutou tudo o que Iraci tinha a lhe dizer. Ela queria saber tudo sobre a história que sua mãe teve com Marcelo Romano.
- Tudo começou quando Carminda foi trabalhar na mansão dos Romano. Ela era muito jovem, e recém tinha ficado viúva. Marcelo Romano era um homem muito mulherengo, e vivia traindo sua esposa Leonora. Ele seduziu sua mãe e ela ficou encantada por ele. Romano prometeu que iria romper com Leonora, mas nunca fez isso. Quando Carminda engravidou, tudo mudou. Marcelo mandou ela fazer um aborto e disse que nunca ficaria com uma negrinha como ela. Carminda se enfureceu e decidiu ter a criança longe dele. Foi aí que ela se demitiu.
Cida suspirou. Era muita coisa para processar.
- Então Leonora e suas filhas nunca ficaram sabendo da minha existência?
Iraci negou com a cabeça.
- Eu sempre soube de tudo isso. Não te contei porque Carminda me fez jurar segredo.
Cida encarou a madrinha.
- E por que ela me contou isso agora?
Iraci suspirou.
- Ela não queria levar esse segredo para o túmulo. Por isso contou tudo a você. Ela me disse que você deveria se apresentar para a família Romano. Marcelo está debilitado na mansão, pois pegou uma grave doença. Você pode ir lá e exigir seus direitos.
Cida se levantou do sofá.
- É muita coisa para eu processar. Preciso de um tempo. Amanhã eu te dou uma resposta, madrinha.
E então Cida voltou para seu quarto.

Rodoviária de São Paulo

O ônibus chegou na rodoviária e os passageiros começaram a desembarcar. Entre eles estava Daniel Flores, um rapaz muito nobre.
Ele observou a rodoviária e se deu conta que tinha ficado muito tempo longe.
- Uma nova vida me espera.
Ele pegou um táxi e partiu para casa.


O táxi estacionou em uma pequena casa perto dali. Daniel agradeceu ao taxista e saiu do carro. Ele pegou as malas e foi até a porta da casa, batendo nela três vezes.
Segundos depois um homem atendeu. Ele sorriu ao ver o rapaz.
- Daniel! Meu filho! Que saudade!
Daniel abraçou o pai.
- Como vai, meu pai?
Ele realmente estava com muita saudade de sua família.
- Vou bem! Melhor agora que meu filho voltou! Laura! Pablo! Murilo! Venham aqui!
Uma jovem de cabelos castanhos e vestido amarelo saiu do corredor da casa ao lado de dois rapazes que eram gêmeos. A menina se emocionou ao ver Daniel.
- Daniel! - Disse ela, o abraçando. - Que saudade!
- Também senti saudades de você, Laura - disse ele, a apertando. Logo depois ele cumprimentou os gêmeos. - Como vai meus gêmeos favoritos?
- E aí, cara? - Cumprimentou Murilo.
- Há quanto tempo! - Comentou Pablo.
- Pois é. Mas agora eu vim para ficar - disse Daniel, sorrindo.
- Como foi a viagem para Paris? - Perguntou o pai de Daniel.
- Foi ótima, pai. Consegui me formar em letras por lá. Ainda pretendo ser um grande escritor.
- E você vai, meu filho - disse o homem, sorrindo. - Laura, prepare uma cama para Daniel dormir. Que bom que meus filhos estão próximos de mim!

Na mansão dos Blanco, Suzan Grimm estava bastante satisfeita com o rumo que sua vida estava tomando. Ela estava na sacada de seu quarto, tomando um bom vinho.
Ela pensou em tudo de ruim que já tinha acontecido em sua vida. E em tudo que ela conquistou após se casar com Tiago Blanco.
Agora com ele morto ela finalmente poderia assumir a empresa Six. Finalmente poderia ser a dona principal de lá. E com a ajuda de aliados como Mário Peixoto ela ia conseguir.
Matar Tiago Blanco foi fácil. A noite que ela empurrou ele daquele iate nunca mais iria sair de sua cabeça. Mas ela não teria conseguido isso sozinha. Com a ajuda de seu mordomo, Nico, ela conseguiu embebedar o marido e deixá-lo mais frágil.
Agora com ele morto ela finalmente podia ser a presidente da empresa das seis famílias.
Mas para isso ela teria que se livrar da única herdeira dos Blanco: Bianca.

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