O Mar é meu Lar

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O carro parou muito perto de Laura, que estava muito ofegante. Ela respirava com dificuldade. Daniel correu até ela e a abraçou. O barulho do motor do carro que estava na frente da jovem a deixava mais nervosa ainda.
Um homem saiu do carro apressado e Laura o reconheceu. Era Jorginho, o neto do amigo do seu pai. O homem com quem seu pai queria que ela se casasse.
- Meu Deus! Laura! Você está bem? - Perguntou ele, se aproximando. Até que ele foi impedido por Daniel, que o confrontou.
- Que ideia foi essa de quase atropelar minha irmã, hein?
Laura tocou o ombro de Daniel e tentou impedir que ele fizesse uma besteira. Ele sabia ser super protetor quando queria.
Jorginho ergueu as mãos.
- Calma, cunhado, eu estava no celular falando com meu pai! Não vi que Laura estava atravessando a rua!
- Não me chama de cunhado! - Gritou Daniel, enfurecido.
- Calma, Dani - disse Laura. - O importante é que não aconteceu nada.
Jorginho se aproximou de Laura e beijou sua mão.
- Laurinha, vim te convidar para dar um passeio na praça!
- Ela não vai! - Gritou Daniel, respondendo pela irmã.
Laura não queria sair com Jorginho, mas também não queria que seu irmão respondesse por ela.
- Deixa que eu respondo, Dani - disse Laura, encarando Serginho. - Hoje não vai dar, Jorginho. Quem sabe outro dia.
Jorginho abaixou a cabeça.
- Está bem - disse ele, voltando a entrar no carro. Daniel e Laura observaram o carro que quase a atropelou indo embora.
- Não gosto desse Jorginho - disse Daniel.

  Rita se sentia como uma sereia.
Ao entrar no mar, ela sentiu que aquele era seu lugar. Sentiu que estava destinada a ficar ali.
Mais um dia de praia, e Rita estava aproveitando o mar. Ela ainda se lamentava por Mônica não ter ido com ela, mas a ruiva sabia que ela estava ocupada com a festa.
Rita molhou seus cabelos e deu uma arfada de prazer. O mar era a sua casa.
Quando ela saiu da água, escutou um barulho em sua mochila. Era seu celular tocando. Ela o pegou e o atendeu.
- Alô, pai?
Mario falava do outro lado da linha.
- Rita, onde você está? Você precisa experimentar alguma pratos aqui na empresa para eles serem aprovados.
Rita suspirou. Ela odiava ser a degustadora de alimentos.
- Estou na praia, papai.
- Então venha para cá, agora!
Rita desligou o celular e deu um suspiro.

Enquanto fumava um cigarro, Wanda se sentou em um banco da praça. No exato momento em que ela se sentou, o tempo fechou e começou a esfriar. O céu ficou cinza.
Ela levou um jornal de uma banca e estava folheando as páginas até que encontrou a notícia que queria.

HERDEIRA DA FAMÍLIA BERNARDO, A JOVEM MÔNICA FARÁ GRANDE FESTA PARA COMEMORAR OS 25 ANOS

Ao ver uma foto de Mônica, Wanda se emocionou.
- Mônica... Você precisa me conhecer. Eu preciso ir nessa festa.
Ela jogou o jornal no lixo e saiu.

Bianca se sentou no sofá da sala e ficou de frente para Fernando e seu pai. Os três estavam na sala da casa deles.
- Por que me chamou aqui, tio Frederico? - Perguntou Bianca, ainda confusa com a ligação do irmão de seu falecido pai.
Frederico suspirou.
- Silvia está no ioga, então não vai escutar nossa conversa. Eu preciso da sua ajuda, Bianca.
Bianca arqueou as sombrancelhas.
- Minha ajuda para fazer o que?
- Eu também não entendi - disse Fernando.
Frederico suspirou.
- Eu tenho certeza que Suzan e aquele mordomo dela tem a ver com a morte do meu irmão! Desde que ela pisou naquela casa, eu não confiei nela! Sinto cheiro de encrenca de longe!
Bianca assentiu. Então ela não era a única a desconfiar da madrasta.
- Eu também acho isso, tio. A explicação que Suzan deu sobre a morte do pai foi muito estranha. E no depoimento de Nico ele parecia esconder algo.
Frederico assentiu.
- Por isso quero sua ajuda para investigar esse caso mais a fundo. A polícia não faz nada que preste, e eu acho que Suzan está manipulando eles.
Fernando pegou na mão de Bianca.
- Também quero ajudar. Tiago era como um pai para mim. E foi ele que me ensinou a pegar mulheres.
Bianca riu. Fernando sabia como aliviar um clima de tensão.
Frederico estendeu a mão para Bianca.
- Então, você vai me ajudar?
Bianca apertou a mão do tio.
- Vou.

  À noite, Maria Aparecida tomou uma grande decisão. Ela passou muito tempo refletindo qual seria seus próximos passos. A morte de sua mãe foi um baque. E foi um baque maior saber que fazia parte da família Romano.
Cida ouviu coisas horríveis sobre a família Romano. Coisas que assombravam sua mente.
Iraci estacionou o carro perto da mansão dos Romano. Cida encarou a madrinha.
- Você quer mesmo contar a verdade para eles, Cidinha?
Cida suspirou.
- Eles precisam saber quem sou eu.
- Madame Leonora vai entrar em choque - disse Iraci. - Suas filhas também vão ficar paralisadas.
- Preciso correr esse risco - disse Cida, saindo do carro.
Ela olhou para a mansão e respirou fundo.
Era agora.

- Então, está bom, Rita? - Perguntou Roberta, sorrindo para ela.
Roberta era secretária da empresa e fornecedora dos alimentos que iam para lá. Ela era uma mulher negra e acima do peso, mas isso não incomodava Rita.
Mas incomodava seu pai.
- Está uma delícia - disse Rita, saboreando uma carne de caranguejo. Na verdade, ela tinha mentido. Mas precisava agradar seu pai.
- Eu devia fazer Roberta provar essa comida - disse Mário, rindo. - Gorda do jeito que é, um pouco mais de banha não ia fazer diferença.
Roberta engoliu em seco e apenas sorriu para o patrão.
- Não fala assim, papai - disse Rita. - Não gosto que maltrate Roberta.
- Ela é só uma mera empregada - disse Mário. - Você sim tem que ser tratada com respeito, Rita Peixoto.
- Com licença, preciso ir ao banheiro - disse Roberta, e foi para lá. No banheiro, ela se olhou no espelho e começou a chorar.
Ela odiava ser acima do peso.
Mas ela ainda iria se vingar. Mário Peixoto engoliria cada um de seus insultos.

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