Capítulo 21

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— anda, Candy - Harry falava com uma voz doce e animada, raramente conseguia lembrar das vezes que ele me chamou desta forma. Ele estava encostado na porta de meu quarto e balançava uma das pernas.

— Um momento - digo sentada em meu quarto, em Buckigham, enquanto Grace terminava de ajustar o laço vermelho na parte de trás de meu cabelo. Eu vestia meu lindo vestido de seda branca. Ah, quanto tempo.

— Vai se arrumar para ir ao jardim? - Harry vestia um simples conjunto de blaser e short. Ele costumava ser tão fofo nesta idade

Me recordo deste dia tão vividamente, eu tinha meus 10 anos. Sempre era um grande evento quando os duques de Cambridge levavam Harry e Margot ao palácio, brincar com eles era algo mágico.
Grace sorri da minha forma certinha e da impaciência de Harry, "pronta, minha alteza" ela diz.

— Ah, vamos logo - Harry me puxa pelo braço e passamos a correr pelo palácio. Era uma linda tarde de verão e, embora Margot estivesse lá, ela era ainda bem nova para participar de nossas brincadeiras

— Não vamos tocar piano? - digo indignada enquanto corremos em direção ao jardim.

— Tenho que mostrar uma coisa.

Não questiono muito e apenas sigo Harry. O jardim de Buckigham era repleto de flores, principalmente tulipas, a grama estava cortada, o chafariz estava ligado e jorrava água. Em poucos minutos, observo a quantidade de borboletas que estavam a nossa volta.

Borboletas me fascinam desde que me entendo por gente, lembro-me de sorrir por ver várias delas em minha volta, olho para Harry que também sorria devido a minha agitação

— Gostou? - ele sorriu

Concordo um "sim" com a cabeça e começo a correr atrás de uma borboleta laranja, nunca tinha visto tal. Uma pena que o meu desastre vem desde esta época, pois acabo tropeçando e caindo entre as demais tulipas e na terra molhada. Como qualquer criança, fiquei com cara de choro

— Candy? - Harry afasta a folhagem em minha procura

— Sujei meu vestido e meu joelho tá sangrando - falo com voz de choro, ou talvez eu já devia estar chorando.

Harry estende a mão e puxa uma Candice totalmente encardida, molhada e com o joelho sangrando. Tento ajustar meu vestido assim que me levanto, mas continuo chorando. Uma criança bastante emotiva, digamos.

— Não chora, olha - ele aponta para a borboleta laranja que, outrora, havia sumido me fazendo cair, agora parara do outro lado e repousava em uma flor. Paro meu choro, quando Harry se aproxima da borboleta e, gentilmente, a segura para que eu possa observar mais perto. Eu sorri assim que consigo vê-la.

Ele, em seguida, me chama para brincarmos de pique-esconde e assim se seguia mais uma tarde. Harry e eu brincamos tanto que eu consigo lembrar do tanto que perturbamos os guardas reais que monitoravam o jardim.

— Você tem mesmo que ir? - estávamos sentados em um banco e podíamos sentir o pôr do sol alaranjado. Lembro-me que Harry contava sobre a ida para uma academia, Adenova Academy.

— Não vai ser agora - ele toca em meus ombros - aliás, eu sempre vou vir aqui para brincar.

— Você promete? - meus olhos brilham, Harry sempre brincou comigo e eu com certeza ia sentir sua falta. Estendo meu dedo mindinho.

𝑨𝒅𝒆𝒏𝒐𝒗𝒂 𝑨𝒄𝒂𝒅𝒆𝒎𝒚 - 𝑬𝒔𝒄𝒐𝒍𝒂 𝒓𝒆𝒂𝒍Onde histórias criam vida. Descubra agora