𝑨𝒅𝒆𝒏𝒐𝒗𝒂 𝑨𝒄𝒂𝒅𝒆𝒎𝒚 - 𝑬𝒔𝒄𝒐𝒍𝒂 𝒓𝒆𝒂𝒍

Capítulo 27

Recomendação de música: Willow - Taylor Swift  
Aviso: Capítulo extremamente grande ;)

    Antes de deitar, naquela noite, folheei o diário novamente. Comecei a chamar aquele livro assim porque ele realmente parecia um; tinha folhas grossas, a capa de couro firme e a tinta com certeza era de algum tinteiro muito resistente pois, apesar do tempo e das folhas estarem bem gastas, ele continuava inteiro.

    Aquele casarão não saia de minha cabeça, ainda mais pela localização, quem quer que estivesse lá definitivamente não queria ser incomodado.

-- Candice, lá vem você com essa história - Dandara revirou os olhos enquanto andávamos uma ao lado da outra pelo refeitório, com as bandejas cheias, em direção a nossa mesa. - Não sabe o quanto é perigoso ficar brincando de espiã, sabe que se for pega as coisas não vão ficar boas.

-- Você nem prestou atenção no que eu acabei de falar - a encaro com os arregalados, acabara de comentar tudo o que eu havia descoberto, até então, sobre o "Caso Adenova". Sim, eu dei um nome para essa missão, por que não? Enfim, eu estava tentando fazer com que Dandara me ajudasse - Dan, e se a princesa estiver viva? Precisamos ir até lá e falar com o conselheiro.

-- Você enlouqueceu de vez - ela balançou a cabeça e sentou-se na mesa, seguida de mim, que ajustei minha saia mais confortavelmente. Lançei a ela um olhar meigo e ela me encarou séria - Temos coisas mais importantes para tratar - ela indica o grupo de Letzia com a cabeça - eu escutei na aula de pintura que a Rainha Inês mandou ela "pegar leve" nas brincadeiras ou os outros reinados iam saber das travessuras dela. Por Deus, que tipo de rainha a mãe dela é?

      A rainha Inês estudou com a minha mãe, quando ambas estavam em Adenova. E, pelo o que mamãe me contava, ela era uma pessoa extremamente egocêntrica e capaz de passar por cima de tudo e todos para conseguir o que quer. Letzia é igual a sua mãe, a rainha Inês.

  balanço a cabeça

-- Esqueça, acho que nunca vamos provar o que ela fez. - passo a mão pelo rosto - E Sae-Rom? Tem noticias dela?

-- Adam a trata como um cachorrinho, só temos como esperar. - ela dá de ombros, com uma expressão triste. Ela e Sae-rom eram amigas antes mesmo de eu chegar, devia ser duro ver sua amada amiga afastada assim. Ela troca alguns olhares com alguém atrás de mim, mas quando vou identificar quem seria a pessoa misteriosa, ela puxa outro assunto. - Então tem certeza, de que vai mesmo até lá?

-- Tenho - coloco os cotovelos encima da mesa - Ele vai aceitar, então não vou sozinha, não se preocupe.

-- Não, não vou não. - Harry fala calmamente enquanto desenhava um gráfico de função do segundo grau, coisa da qual eu pedira para ele fazer, para que eu conseguisse explicar melhor. 

    Estamos na tão famosa biblioteca e eu sentada ao seu lado, tentando fazer com sua cabeça oca consiga entender, pelo menos, 70% da prova que ele irá fazer. Infelizmente, ainda tinha que cumprir com a minha promessa. Mas, era também uma ótima oportunidade de persuadi-lo a me ajudar ou, neste caso, implorar por misericórdia. Eu não tinha muita opção, ele tinha um carro e permissão para sair com ele.

-- Sem chance, Candice - ele fala depois que percebeu que eu o encarava com ódio. Seu cabelo estava bagunçado e ele, por si só, tinha uma cara enorme de sono, mas por incrível que pareça a combinação do seu suéter azul claro e sua expressão cansada deixava ele mais bonito. Sim, ele devia se vestir mais assim, realçava a sua pele... - O quê você está olhando? - Harry me tirou do transe e eu voltei a encarar aquelas íris escuras.

-- Que você usa esse suéter desde quando tínhamos 12 anos - ajusto alguns papéis, e forço uma tosse leve. - devia renovar esse guarda roupa de vez em quando - arqueio as sobrancelha tentando fazer com que aquilo soasse normal