5 | Encontro com Catarina |

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     O prédio em que eu e minha mãe morávamos não era dos mais chiques, não mesmo

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     O prédio em que eu e minha mãe morávamos não era dos mais chiques, não mesmo. Não contávamos com o luxo de um porteiro, mas isso não era problema algum, porque todo o restante continuava sendo ótimo.

     Depois de ir na casa de Cecília, eu sabia que tínhamos uma certa diferença de renda, porém não me envergonhava nem um pouco de trazê-la aqui. Subia com orgulho cada degrau até o quinto andar, porque aqui era o meu porto seguro.

     Quando chegamos no andar em questão, me virei para Cecília e ela respirava um pouco ofegante. As escadas também teriam me cansado se eu não subisse e descesse elas no mínimo três vezes por dia pelos últimos anos. O bom era que, assim, não havia necessidade de uma academia.

     — Eu vou entrar primeiro e você fica uns passos atrás, certo? — Falei, segurando a maçaneta da porta.

     —  Tá bom... — ela me encarou meio desconfiada e confusa com minha instrução.

     Tendo o aviso sido dado, destranquei a porta e a empurrei para que abrisse, em seguida, já abri os braços e me abaixei um pouco na espera da grande criatura marrom que correu desesperado na minha direção e subiu no meu colo.

     — Calma, Dante — disse, tentando conter seu afobamento. Eu o segurava firme para que não caísse enquanto ele lambia meu rosto e continuava tentando me escalar. Suas unhas me arranhavam, mas não machucavam por conta da roupa. — Eu saí faz só algumas horas.

     Seus ânimos foram diminuindo até ele notar a presença de Cecília atrás de mim e todo seu corpo ficar tenso devida a presença de alguém diferente, senti o começo de um rosnado e segurei-o um pouco mais forte.

     — Cecília — chamei, e só pude ver uma parte dela ao olhar por cima do ombro, parecia só um pouco assustada —, devagar, pegue um biscoito naquele pote ali.

     Apontei com a cabeça na direção do recipiente em cima da bancada que dividia a entrada da cozinha. Enquanto Cecília passava calmamente por nós, tomando o cuidado de ficar alguns passos de distância, Dante a seguia com as orelhas e olhos atentos, pronto para atacar a qualquer movimento brusco dela.

     Cecília destampou o pote e depois de pegar um dos biscoitos em formato de osso, pedi que ela me entregasse.

     — Aqui, Dante, olha — balancei o aperitivo perto do rosto dele e afastei assim que ele pretendia abocanhar. — Não, ainda não.

     Devolvi o biscoito para Cecília e me abaixei para colocar Dante no chão. Ele rapidamente a encarou e continuou em estado de alerta, o que fez com que eu permanecesse segurando seu corpo.

     — Devagar — prossegui minhas instruções para Cecília —, oferece o biscoito pra ele.

     Ela assentiu, então se ajoelhou e lentamente estendeu a mão na direção de Dante, que a farejou por alguns segundos antes de aceitar a comida e engoli-la em praticamente três mordidas.

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