10 | Encontro com o Destino |

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     Subindo algumas ruas, chegamos em um supermercado que um de seus lados ficava elevado por conta de um barranco onde geralmente várias crianças costumavam se juntar e descer dentro de caixas que tinham pego no estabelecimento

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     Subindo algumas ruas, chegamos em um supermercado que um de seus lados ficava elevado por conta de um barranco onde geralmente várias crianças costumavam se juntar e descer dentro de caixas que tinham pego no estabelecimento. Eu e Nick fizemos isso várias vezes também, não posso negar.

     Por conta desse lado mais alto, ali era um ótimo lugar para ver o nascer do sol, coisa que Nick e eu também fazíamos muito, já que virar noites para nós era sinônimo de aproveitar a juventude. Às vezes até começávamos a aplaudir quando víamos o sol aparecendo e isso significava que tínhamos passado todos os limites.

     A essa hora da noite ainda não havia nenhum movimento ou presença na rua, mas, por conta da frequência com que vinha aqui, algo parecia diferente.

     Tinham pouquíssimos carros estacionados na rua e eu não costumava prestar atenção neles, porque ficar reparando em cada Fiat Uno, Celta ou Escort que passava era uma enorme perda de tempo, mas esse carro não era nenhum desses três, na verdade passava longe de ser qualquer carro popular e eu não fazia ideia de qual modelo era, só tinha certeza que não cabia dentro da renda de ninguém que morava por aqui.

     Cecília também pareceu reparar no veículo enquanto passávamos por ele, mas nenhuma de nós comentou nada, porque também não tinha nada para dizer. Ficar babando ovo de carro é que não íamos.

     Mas assim que viramos a esquina do supermercado para o lado elevado do morro, ali estava o algo diferente que eu tinha sentido no ar.

     Três rapazes, ou pelo menos fisicamente pareciam ser, estavam sentados um pouco mais a frente no gramado. Era raro encontrar outras pessoas aqui, mas ainda sim, o lugar era público então existiam chances.

     Quando fui dar um passo, senti Cecília segurar a barra da minha camisa.

     — Tá tudo bem? — Perguntei vendo sua expressão meio apreensiva.

     — Conhece eles também?

     Olhei para os três garotos de novo. A iluminação não era das melhores, mas dava para ver que pareciam ter a nossa idade, eu chutaria talvez só um pouco mais velhos. Estavam distraídos conversando e rindo, nem tinham notado que estávamos ali ainda.

     — Não — respondi.

     — Quer deixar para vir outro dia?

     Eu não era idiota, dava para ver que Cecília estava com medo e era perfeitamente compreensível, mas também completamente revoltante que simplesmente ver três caras pudesse causar esse tipo de reação.

     — A gente pode voltar outra noite se você quiser, mas olha só, nós ficaríamos lá na frente — indiquei um lugar bem distante de onde os garotos estavam — e eu tenho certeza que Dante consegue arrancar a perna de um deles facilmente se for o caso. Ele também está precisando de brinquedos novos, então seria útil de duas formas.

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