CAPÍTULO 8

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— Ela está com febre querido, e fraca

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— Ela está com febre querido, e fraca. Dei um antitérmico se não melhorar logo é melhor levá-la ao hospital.

Ouço a voz de minha mãe distante e sinto o toque suave em minha testa.

— Tenho que ir trabalhar. Me ligue se ela não melhorar. - Escuto a voz autoritária do meu pai e em seguida um silêncio predominante.

Meus dentes começam a ranger um contra o outro provocando ruídos incômodos.

Minha mãe me puxa para fora da cama e me encaminha para o chuveiro o abrindo em temperatura fria me fazendo contorcer-me de frio.

Quando o banho termina, ela me seca com uma toalha e veste-me com um roupão e avisa que me trará uma canja.

— Com uma canja de galinha bem quentinha, você ficará bem outra vez. — Sussurra acariciando minha face.

 Em minha mente grito o mais alto que posso.

Só Inácio me fará voltar a viver.

 Somente ele.

Segundos se passam e ela volta com um prato de porcelana fundo cheio de canja. O cheiro é bom e me faz sentir fome imediatamente.

Obrigo-me a comer colherada por colherada.

Minha mãe observa tudo atentamente com um sorriso de satisfação no rosto.

Ao terminar de comer, ela recolhe o prato e me recomenda descansar antes de sair.

Fecho os olhos e luto contra os meus pensamentos para tentar dormir. Mas não importa o que eu faça. Sempre vou pensar nele.

Inácio.

Meu coração se aperta em lembrar que não terei mais o calor do seu corpo no meu. Não sentirei o sabor dos seus beijos, e nem me deleitarei com as sensações deliciosas que ele provocava em mim.

Em um determinado momento acordo totalmente suada, atordoada e observo cada canto do quarto percebendo estar no mais absoluto silêncio. A escuridão evidenciando que adormeci por horas.

Olho no pequeno relógio de madeira na parede branca e vejo que são dez e meia da noite. Pelo horário, meus pais já adormeceram completamente.

Observo a janela com esperança de vê-lo novamente. Uma fina garoa começa a cair lá fora e me entristeço ao ver que seu quarto se encontra na mais profunda penumbra.

Há dois dias que não o vejo e sei que amanhã é o dia da sua partida.

Meu coração se contorce no peito e conhecendo Inácio como conheço, ele não se despedirá de mim.

Uma lágrima solitária rola da minha face e a enxugo rapidamente.

Ainda não. — Sussurro pegando um robe branco longo de seda e o vestindo em seguida.

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