XII. Matriarca Kalimann

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Sábado, 31 de julho de 2021. Rio de Janeiro, Brasil.

Bianca POV.

– Você deveria ir em Minas me visitar mais, menina – reclama enquanto solta Rafaella, que logo passa a ser ignorada quando o olhar da senhora recai sobre mim – e você deve ser a famosa rainha do pânico gay.

– Vovó, pelo amor de Deus – Rafaella fala envergonhada e eu sinto meu rosto arder também de tanta vergonha – não chama ela assim.

– Uai, foi só uma brincadeirinha. Eu sou assim mesmo, menina, não liga não – a senhora olha para mim com expectativa mas eu continuo sem conseguir falar nada – oh Rafaella, sua namorada é muda?

– N-não, eu n-não..., e-eu só...

– Ah, entendi – a mulher desvia o olhar para Rafaella – ela é gaga.

"Meu Deus, eu quero morrer. Além de me chamar de rainha do pânico gay, ainda acha que eu sou gaga. Eu não tenho mais reputação, estou no fundo do poço."

– Isso só piora – olho desesperada para Rafaella – vovó, a senhora pode me dá um minutinho para eu conversar com a Bianca?

– Claro, vou esperar lá dentro – a mulher sorri para mim – nada de fazer saliência aqui na porta de casa, viu, lembre-se que tem câmeras aqui fora.

A mulher entra na casa deixando eu e Rafaella extremamente constrangidas.

– Eu devia ter te avisado sobre ela antes – ela me olha culpada – ainda dá tempo fugir se você quiser.

– Não vou fugir – seguro sua mão – eu só fiquei nervosa e travei, desculpa.

– Não precisa se desculpar, amor. Vem cá, deixa eu te dar um beijinho para acalmar.

Suspiro quando sinto a língua quente de Rafaella encontrar a minha. Juro que sou capaz de passar o resto da minha vida colada em seus lábios.

– Rafaella – o grito vindo de dentro da casa faz a gente separar – eu estou vendo vocês se agarrando aí na porta.

– Ela vai me matar de vergonha essa noite – diz escondendo o seu rosto em meu pescoço.

Rafaella me leva para dentro e vejo que Gizelly já está por ali conversando animada com Daniel e a matriarca da família Kalimann. Um pouco mais afastada, Marcela conversa com uma mulher muito parecida com Rafaella, e logo deduzo ser sua mãe e outras duas mulheres que não conheço.

Sou apresentada primeiramente para a sua mãe, dona Genilda, e as outras duas mulheres que logo descubro serem primas de Rafaella. Depois de alguns minutos de conversa, ela segura minha mão com firmeza e me leva até o sofá onde está a sua avó.

– Vovó – Rafaella chama a atenção da mais velha – deixe-me apresentar de forma decente, essa é a Bianca – sorri para a senhora – e Bia, essa é dona Sônia, minha avó.

– É um prazer, senhora Kalimann – digo antes de ser esmagada por um abraço dela.

– Senhora está no céu, pode me chamar apenas de Sônia – a mulher me solta e dá uma tapinha no espaço ao seu lado – sentem aqui, eu estava conversando com os meninos.

– Bianquinha, quanto tempo – Gizelly sorri para mim – acredita que eu estava conversando com a Sônia justamente sobre você?

– Sobre mim? – olho em pânico para a senhora que está ao lado de Rafaella.

"Se eu consegui queimar minha imagem com a avó de Rafaella, Gizelly conseguiu carbonizar o resto dela no fogo do inferno."

– Ela e o Daniel estavam falando o quanto você é linda – Sônia falou – eu não acreditava muito porque a única vez que ela me apresentou alguém foi um namoradinho da época da adolescência, e meu Deus, eu nunca vi ninguém tão feio, mas você é muito bonita mesmo, dessa vez ela acertou.

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