Domingo, 22 de agosto de 2021. Armação de Búzios – RJ, Brasil.
Bianca POV.
– Rafaella, não! – ela me olha pacientemente – eu não vou andar nisso daí nem fodendo, não adianta.
– Bia, meu amor, minha princesa, a rosa mais bonita do meu jardim – suas mãos se encaixam em meu rosto – você confia em mim?
– Claro que eu confio em você – encaro os olhinhos que tanto amo – eu não confio é nessa coisa aí.
Olho para o pequeno bote que está caindo aos pedaços, e o senhorzinho que está sentado nele sorri simpático.
– É super seguro andar nele, Bia. Sempre que eu venho aqui o senhor Osvaldo leva a gente lá na ilha assim.
"Meu Deus do céu, eu vou morrer se entrar nisso. Olha só esse negócio minúsculo, como que vai aguentar uma raba desse tamanho sem afundar?"
– Essa merda vai afundar e eu vou morrer sendo comida pelas piranhas! – sim, eu estou em pânico – Rafaella, você está rindo de quê?
– Linda – ela diz gargalhando – só existe piranha em água doce.
– Então pior, vou ser comida por um tubarão – digo e ela ri ainda mais.
Paro de pensar nas diversas tragédias que podem acontecer quando os lábios de Rafaella me tomam em um beijo apaixonado. É simplesmente impossível negar qualquer coisa para essa mulher.
– Se eu morrer, eu vou passar o resto da nossa eternidade te infernizando e passando na sua cara que foi culpa sua – digo antes de deixar um selinho em seus lábios.
Depois de muito esforço entrei no bote por pura e espontânea vontade... de Rafaella, é claro, pois ela me jogou em seu ombro e me arrastou até dentro do bote.
– Amor, chegamos – ela me diz e eu sinto que a velocidade do bote está diminuindo.
Os cinco minutos que permanecemos dentro desse amontoado de madeiras de origem duvidosa, eu permaneci sentada no chão dele com a cabeça escondida nas penas de Rafaella, que apenas ria e fazia carinho em meus cabelos.
– Ufa, ainda bem que não houve pânico – digo quando finalmente pisamos no pequeno píer que havia na ilha.
Rafaella me olha com as sobrancelhas erguidas e eu apenas ignoro.
– Vem, quero te mostrar as piscinas naturais que tem aqui – ela segura minha mão e começa a andar em direção a outra parte da ilha.
Por quase uma hora nós ficamos apenas andando pelas piscinas naturais e fotografando cada espécie de peixe que eu encontrava por ali.
– Bianca, passa protetor no rosto antes de vir para a água – Rafaella gritou pela terceira vez.
Desde que chegamos aqui a maior preocupação de Rafaella é me deixar hidratada e protegida do sol, depois de uma pequena discussão na sexta-feira por eu ter esquecido de passar o protetor, a cada duas horas ela aparece com o ele nas mãos e me deixa igual o Gasparzinho.
– Prontinho – me aproximo dela que morde o lábio inferior na tentativa de reprimir o sorriso – o que foi?
– Vem cá – me aproximo e ela começa a passar a mão por meu rosto – você fala de mim mas estava com o rosto todo branco. Fecha os olhos.
Com os olhos fechados, aproveito a sensação do seu toque em meu rosto, é tão quente quanto o sol que beija nossas peles.
– Pronto? – pergunto quando suas mãos cessam os movimentos, mas não obtenho resposta.
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Inefável
RomanceAo conhecer Rafaella de um jeito inusitado, Bianca vai descobrir que o amor ainda pode se fazer presente em sua vida de uma maneira totalmente intensa e indescritível. Inefável - que não pode ser nomeado, designado ou descrito, por ser naturalmente...