Como não se apaixonar

As novas mudanças

5 meses se passaram

Eu estava pronto, iria para casa. Estava super animado em rever minha família e amigos. Fora que era o meu feriado favorito. Minha família toda estaria lá, e ainda mais, havia conseguido juntar minha família com a de Nico, seria um grande evento. Todos estariam lá em casa, com a mesa cheia de gente, no quintal, as luzes brilhando, mas tarde a fogueira seria acesa e fariamos Mashmallows como de costumo, vai ser perfeito.

- Ué, não vai para sua casa, nesse fim de semana?_ perguntei a Charlei que estava jogado na cama, sem camisa, só com uma calça de moletom azul escuro com alguns pontinhos brancos. Desde que começou a malhar ele havia adquirido um bom físico.

- Não, mandei mensagem para minha mãe. Ela disse que meus avós estavam doentes, muito gripados, achou melhor que eu não fosse para casa. Ela estava bêbada no telefone, então não sei dizer se era verdade ou não.

Olhei pra ele, lendo aquele terceiro livro do Harry Potter, eu juro que conseguia ver as formações de lágrimas se criarem na linha dos seus olhos.
Passar 5 meses com ele seria difícil, se não tivessemos tornado amigos. É claro que no começo ele me provocava bastante, fora que não era compreensivo o muito ignorante. Me evitava bastante, e me deixava falando sozinho, mas com os dias e um tentando entender o lado do outro, acho que conseguiamos manter um bom convivio e rir das piadas dele.

- Olha, acho que minha mãe não se preocuparia em por mais um lugar na mesa._ digo terminando de colocar uma última roupa na mala.

- Jura?_ Charles levantou seu corpo da cama parecendo espantado com a vaga notícia que eu havia dado.

- Claro, não teria coragem de deixar você aqui o feriado todo. Aliás, sei que sentiria minha falta, garanto!

Ele fez uma cara estranha e ergueu uma sobrancelha.

- Não precisa sentir pena de mim, Allen. É só um fim de semana.

- Exatamente, é só um fim de semana. Não é pena, é querer que você esteja bem. Fora que meus pais irão adorar conhecer um amigo meu, será um marco para minha família. Já consigo ler no jornal, Allen Summer II fez um amigo na faculdade, sua família festeja por três dias para comemorar o avanço. _ digo gesticulando.

Ele ría, me olhando por cima do livro.

- Bom, tenho certeza que não quer perder essa comemoração... fumar um baseado e chamar um puta para o nosso quarto não vai deixar seu Natal melhor do que vai ser, não custa ir comigo.

Ele ficou pensativo, mas eu havia ganhado aquela batalha, ele se levantou da cama em um pulo, fazendo sua mala. Eu conseguia sentir que estava feliz, afinal era o Nascimento do menino Jesus.

~*~

O táxi estacionou na frente de casa, Nico estava encostado na sua moto, com uma jeans de lavagem bem escura e uma blusa preta, estava me esperando com certeza, e verificar as coisas com Charlei.

Ele me abraçou tão forte, como eu estava com saudade do cheiro do seu perfume, da sua pele. Ai, como era bom estar nos braços dele novamente.

Mas tarde, ajudei a Charlie se acomodar no quarto de hospedes e a pequena tour que meu pai fez com ele pela casa, já era tarde e era hora da ceia sentamos na mesa para celebrar o Natal. Todos estavam felizes, era legal ver como minha família estava se se bem com a de Nico, aliás, não eramos tão amigos assim, até isso era uma surpresa para mim. Eu estava muito feliz.
Estava um cheiro muito bom, Nico já estava destroçando a coxa do peru, enquanto os outros cominham como pessoas normais. Mia estava tentando me atualizar das coisas que haviam acontecido por aqui e na faculdade que ela estava fazendo, se expecializando em Neo ciência e tecnologia, em uma faculdade só para mulheres em New Orleans.
Após o jantar e no meio da sobremesa, meus avós descidiram começar entregar seus presentes. Eu havia ganhado um sueter lindíssimo com pelugens brancas.
Em seguida, Nícolas tentou fazer um mistério com uma caixinha retangular Marron, nas mãos. Ele queria que as pessoas alí descobrissem de quem era aquele presente que ele estava segurando. Após a unanimidate de nossas famílias gritarem meu nome, me levantei para pegar meu presente, mas ele me pegou no colo e me lascou um beijo no rosto. Ele ainda não estava acostumado a fazer aquilo na frente do seu pai, então me colocou de volta no chão rapidinho. Nico abriu a caixinha, ele havia me comprado uma pulseira linda, com um pinjente com as nossas iniciais. Eu nunca tinha visto algo tão cafona e boiolinha na minha vida. Eu amei!
Eu peguei os dois presentes na minha mão entreguei logo o de Nico, que era um tênis que ele queria muito, mas que estava caro. Juntei então minhas economias e comprei para ele. Eu sabia que ia deixar ele feliz.
Nícolas se agachou no chão, surpreso com aquele presente. Ele me olhava com um sorriso no rosto e sem uma palavra sair de sua boca.

- Você merece._ digo me agachando ao lado dele e o abraçando.

- Muito obrigado, vida._ disse ele, exalando felicidade.

Em seguida estiquei meu braço com o outro presente, para Charlei, que ficou surpreso ao perceber que era para ele aquele outro presente.

- Sério? Nossa, obrigado... mas eu nem comprei nada para você.

- Ta tudo bem, foi de coração._ digo sorrindo.

Depois da festa, já era de madrugada, eu e Nico estavamos deitados do lado de fora, na grama. Observando as estrelas e matando um pouco a saudade.

- Não imaginava que vocês seriam amigos._ disse ele.

Sorri e me virei para ver seu rosto lindo.

- Ta com ciúmes?

Ele limpou a garganta e disse:

- Não. Do jeito que falava dele, não imaginava que poderiam ser amigos.

- Nem eu na verdade. Mas passamos muito tempo juntos, ou era isso ou ódio mortal._ falei sorrindo.

Nícolas respirou fundo revirando os olhos, e me assustou me dando um selinho na boca. O puxo para um beijo longo e de saudade, não conseguimos ficar sozinhos durante o dia.

- Eu tenho que ir. Amanhã vamos caminhar cedo, lembra? Você me prometeu.

- Ok. Vamos preparar você para as eletivas da faculdade.

Nícolas iria fazer uma prova, basicamente ele precisava jogar em grupo num time de futebol. E precisava entrar em forma, para conseguir passar.

- Tudo bem._ digo, voltando a beijar sua boca macia.

~*~

Saí pela casa procurando Charles, e não o encontrava em lugar nehum. Quase desistindo de procurar, pois nem minhas ligações ele atendia o encontrei ele no telhado fumando um cigarro. Segurava o celular com muita força, além de que dava pra ouvir as repirações curtas e ao mesmo tempo ofegante.

- Toc toc. _ digo passando pelo meu quarto e indo até a janela que levava para o telhado. Que era a mesma que Nico passava para entrar no meu quarto.

Charlie me olhou e rapidamente desviou o olhar para secar os olhos, que escorriam de lágrimas. Será que Nico havia tido seus ataques que ciúmes, ou alguém o tinha tratado mal?

- Ei, o que houve?

Ele fungou e enxugou as lágrimas, tragando o cigarro.

- É a sua família?_ questiono tentando ser sensivel com ele.

Ele nega com a cabeça.

- Foi o Nícolas? Ele te tratou mal?

Charles naquele momento sorrio. Então sorri junto, mas sem entender.

- A sua família é perfeita, Allen. Tudo nela é o que eu queria.

Neguei com a cabeça.

- Por muito tempo eu fugia de madrugada e ia vigiar as casas de algumas pessoas. Uma vez até levei um cara comigo, mas não demos muito certo, ele mentia pra mim. Mas enfim... figiando as casas sabe o que eu percebi?

Houve um silêncio.

- Nenhuma família é perfeita, sempre tinham traição, homens batinham em mulheres, e muito mais coisas. Quando eu era criança meus pais eram quase alto destrutivos, mas se amavam. Tanto que começaram a fazer terapia de casal. Hoje eles estão bem melhor, mas nenhuma família é cem por cento perfeita.

Ele respira fundo, deixando as lágrimas cairem pelo seu rosto. Eu não quis invadir seu espaço, querer saber como era sua família, ou o por que isso o fazia chorar. Charlei não estava preparado para me falar sobre, e eu precisava respeitar seu espaço.

- As vezes acho que estou fadado a carregar uma família ruim e ter um relacionamento pior.

- Olha, você pode escolher mudar isso na sua vida. Sei que não é fácil, mas to com você... somos amigos, não somos?

Ele me olhou e sorriu. Sim, eramos amigos!