Marcas de um destino cruel

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O relógio fazia um constante “tic-tac” em seus ouvidos. O silêncio soava naquela sala. A tensão sexual subia cada vez mais para Nikolai. Sebastian pusera seus cabelos para trás enquanto lia um artigo na ficha do garoto , buscando por melhorias. 

Admirável, ele pensou. 

O homem de cabelos negros pigarreou e sorriu para o pequeno Niko. Parecia que seus olhos diziam “Disfarce mais, a Angela está bem aqui”. Evanoff revirou os olhos e sorriu para Angela, que parecia bastante curiosa com a troca de olhares. 

— Bem, ahm… O que precisa, Angela? — Sebastian disse gentilmente. 

— Desculpe atrapalhar, Sr. Sebastian! Mey-Rin precisa de alguém que aplique seus remédios e Vincent não está presente. — Ela dizia com certo apreço em sua voz. 

— Estarei lá em pouco tempo, não se preocupe. — O sorriso do rapaz parecia fazer Nikolai cada vez mais visivelmente apaixonado. Era impossível negar para si mesmo. 

A enfermeira fez que sim com a cabeça e saiu, dando um tchauzinho para Nikolai e finalmente os deixando a sós. Sebastian suspirou, aliviado por finalmente poder fazer seu trabalho em paz. 

— Então, você precisa aprender a disfarçar mais, meu amor. — Michaelis disse, carinhosamente, segurando o queixo de seu paciente e se inclinando para finalmente beijá-lo. — Preciso fazer algumas perguntas. Pode ser um pouco chato, mas é necessário. 

O menino apenas concordou, faria de tudo por ele. Apesar de que… Que tipo de perguntas?

— O que tem feito além de ler? Eu não tenho visto você fazer outras coisas. 

— Eu… Bem… Não tenho feito muitas coisas além de pensar em você. 

Sebastian riu levemente, já imaginando esta resposta vinda do garoto. Então, o mesmo se levantou, tirando um pincel que havia encontrado especialmente para entregá-lo. O pincel de coloração preta e ponta marrom. 

— Está vendo este pincel? Use-o na sala de arte. Pode ser terapêutico para você se expressar através da arte. Lá tem quadros e várias tintas. Geralmente fica vazio, pois muitos não se interessam por isso. — Sebastian pôs o pincel nas mãos do pequeno e finalmente o beijou descontroladamente. 

Nikolai não poderia expressar o quanto estava feliz com o presente, tão especial, dado por seu amor. Um dos muitos, sempre bastante valorizados por ele. Até que...
          Undertaker sussurrou algo no ouvido do mesmo enquanto os dois se beijavam e isso fez com que o ruivo empurrasse Sebastian para longe, acidentalmente. 

— O que foi? Fiz algo errado? — O mais velho dizia ofegante, recuperando-se daquele beijo intenso. Porém, num tom preocupado. 

— N-Não… Eu só… Pensei ter escutado algo. — Ele respondeu, pensando naquela pessoa em que Undertaker mencionara para si em tom de sussurro. — Muito obrigado pelo presente. Eu te amo. 

Sebastian parecia curioso, mas, de qualquer jeito, era assunto para outra hora. Tinha obrigações a fazer. Por isso, ajeitou o terno e se levantou, abrindo a porta para o menor. 

— Não se esqueça de ir até a sala. Nos vemos na próxima sessão. 

Nikolai sorriu e andou apressadamente em direção á tal sala. Precisava mesmo ter uma conversa com Undertaker. Como esperado, o local estava vazio. Niko ouviu um espirro vindo do canto do quarto, e aquela voz soava familiar. 

— Por que você sussurrou aquele nome para mim? Você o conhece? — O mesmo dizia, desesperadamente afetado. 

— Oh, eu? Eu nunca disse nada. Estive aqui o tempo todo. De quem está falando? 

Dancing with the Devil | Sebastian MichaelisOnde histórias criam vida. Descubra agora