Eu tentava escapar mas o aperto ficava cada vez mais forte no meu cabelo. Era puxada para todos os lados do quarto enquando meu pai gritava "Vadia!"
Não conseguia raciocinar o que aconteceu, mais pela adrenalina do que pela situação. Um dia ele acabaria descobrindo, mas eu esperava estar preparada.
- Biscate! - gritou ele quando me jogou no chão
Foi quando vi o envelope de papel pardo e fotos da Mya espalhadas pelo quarto. Sabrina!
"Que droga! Eu preciso sair daqui!"
Firmei o pés no chão e tentei me levantar, mas levei um chute na altura do estômago. A dor me derrubou, falou mais alto do que o meu instinto de sair correndo, gritou!
Levantei o rosto para olhá-lo bêbado. Não sei se doeu mais vê-lo naquele estado deplorável ou o tapa que veio em seguida.
Minha pele queimou e logo coro cabeludo virou alvo denovo. Ele me virou para a cama e pressionou meu rosto contra o colchão. Eu lutava para respirar e esqueci de tentar fugir, mas precisava escapar logo porque meu corpo já estava doendo.
Puxou minha cabeça para trás e fiquei cara a cara com ele. Fixando-me, sombrio.
Agarrou meu rosto, apertando com força.
- Vou acabar com essa merda de corpo que você sai vendendo por ai!
Senti uma lágrima caindo, mas qualquer sinal de choro foi abafado pelo cholchão. Denovo.
Na tentativa de respirar, joguei meu corpo para trás e bati a cabeça no seu nariz. Ele me soltou e gemeu de dor.
Usei o joelho para me apoiar na cama e levantei. Virei-me e ele estava pronto para me atacar. Desviei para correr e acabei acertando sua perna esquerda com o salto, machucando-o.
Não olhei para conferir, só corri.
Agarrei a chave no criado e corri para a porta de entrada.
- Qual a chave? Qual a chave? Essa!
Assim que sai, o sensor me detectou e acendeu a luz da varando. Ofuscou meus olhos por um momento mas permitiu que eu enxergasse a rua.
Corri. Não sabia para onde mas corri. E quando ouvi chamarem pelo meu nome, corri mais ainda.
- Mya!
Mas que droga, essa voz não é dele. Mesmo assim eu me recusei a olhar continuei correndo, interrompida pelo salto quebrando e a visão do chão diante de mim.
Levantei, chequei se não quebrei nada e voltei a correr.
- Mya! - a voz continuava
Cheguei na praça e fui em direção às arvores, escolhi uma e me escondi entre o tronco e os arbustos.
Olhei para meu corpo, roxo. Os joelhos e mãos ralados. A testa tambem doía. E essa merda se salto?
Uma sombra fechou minha visão. Ele me achou!?!
- Tudo bem. Sou eu.
Uma voz conhecida e um rosto amigo me confortaram.
- Brandt?
- Meu carro está perto. Vou te levar.
Ele me pegou no colo e senti todo meu corpo se derreter e esvair a dor e a adrenalina. As formas ficaram turvas, depois não vi mais nada.
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Dama de Vermelho
Romance+18 Dama de Vermelho é um romance sensual de uma adolescente que passou por muitos dramas em sua vida e hoje, ela lida com duas fortes personalidades. De dia, ela é Myrella Fernandes, uma aluna dedicada e amigável com todos, onde ela transparece to...