XXIX - ♡ Bônus Fernanda ♡

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Estavam sentindo falta dela, não é?

Aproveitem
T.C

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Tem certos momentos da nossa vida que temos que abrir mão de algumas coisas para conquistar outras.

Foi em uma dessas reviravoltas da vida que decidi me afastar de tudo. Da minha amiga, dos estudos, da minha antiga vida.

Comecei a alternar entre o hospital com Allison e o trabalho. Isso mesmo, trabalho. Mas não aquele com homens e sexo.

Mesmo com o dinheiro que ganhei, sabia que minha mãe ainda precisaria de ajuda e fui atrás de um emprego.

Arranjei-o em um fast-food do shopping. Não ganhava muito, trabalhava até tarde e nos finais de semana e feriado.

Quando Allison voltou para casa ficou mais fácil. Pensei até em retornar ao colégio, mas desisti. Era melhor cuidar dos meus irmãos e da minha mãe.

Ás vezes Luck vinha-me à cabeça, mas eu varria para um canto qualquer.

Não existiu nada entre nós e eu queria esquecer os poucos momentos que passamos juntos. Mas esquecê-lo tornou-se difícil, principalmente depois que ele descobriu onde eu trabalhava e aparecia no meu expediente.

No começo era só algumas vezes e passava sorrateiro como se quisesse ter certeza de que era eu.

Depois tornou-se mais frequente, mas ele nunca me abordou. Parecia juntar coragem para falar comigo.

Um dia, de mau humor, resolvi dar um fim nisso. Larguei meu posto na loja, deixando meu avental no balcão e fui até ele, determinada.

- O que você ganha ai parado me olhando todos os dias?

- Eu trabalho aqui!

Lembrei que a loja dele também ficava naquele shopping. E eu fui arrumar um emprego praticamente ao lado dele!

- Isso não explica você ficar me olhando trabalhando todos os dias.

- Não, mas explica eu estar aqui todos os dias.

- O que você quer Luck?

- Quero falar com você.

- O quê?

- Por que você foi embora?

- Porque eu tinha de ir embora.

- Claro que não Ally!

- Não me chama de Ally! Eu não sou a prostituta que você comeu na porra do seu ateliê!

- Eu não estava com uma prostituta, só te paguei porque precisava. Eu lhe quis de verdade.

- Ah sim! Tanto que me tratou com uma.

- Não! - negou

- Olha Luck. Você ganhou o que queria, eu ganhei o que queria e fui embora. E agora vou embora denovo. Passar bem!

Virei-me para voltar a loja, mas sua mão repentinamente agarrada ao meu pulso me parou.

- Eu não queria isso. Eu lhe quis de verdade. Vamos conversar, por favor.

- Estou em horário de trabalho. - falei séria

- Que horas você sai?

- Depois das dez horas.

Ele conferiu o relógio no pulso.

- Eu espero você na entrada, ok?

Concordei com a cabeça e contorci meu braço para me livrar do aperto dele que me soltou e eu sai sem me despedir.

Dama de VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora