"Nem sempre acaba quando termina. Já aprendi que alguns "adeus" são mais longos que outros."
Vontade louca de fazer as pazes contigo e apagar essa merda de orgulho que me inflama o peito. Que raiva eu sinto de mim agora!E de você. E de tudo no mundo por não ser como poderia. Como eu queria. Dói, e o pior dessa dor é que eu não quero suturá-la com ninguém. Quero deixá-la assim: aberta, exposta. Do jeitinho que ela é, porque ainda é o mais perto que eu me sinto de você.Vivo com minhas verdades entaladas na garganta. Eu queria um palco, um picadeiro, o mundo inteiro para expor minha alma mutilada.
Não lembro o que eu estava assistindo antes de selar meus olhos com tuas lembranças. Ou seriam criações minhas? Sei que estava tudo bem, tranquilo. E eu sentia aquela paz que me rompe o peito, que me descontrola a falar a qualquer pessoa com quem eu cruzar na rua que eu te encontrei, que você existe.Talvez eu tenha mesmo inventado isso.
Acordei e você não estava ao meu lado, nada estava bem. Tentei-me lembrar do que antes me mantinha com esperança. Tentei me lembrar de onde eu tirava forças. Não consegui. Procurei por alguma mensagem sua e não tinha, uma ligação recente que não existia. E toda a rigidez que eu havia galgado, e todo o sentimento que eu havia petrificado, eu vi se desfazer na minha frente. Bem na minha frente; na tela impassível do meu celular que só me alerta do tempo que faz que não nos vemos, das nossas fotos que se tornaram velhas, da nossa música que nenhuma rádio ousa mais tocar. Guardo tudo.
Venho escrevendo pra ti de partes em partes. A cada dia, uma nova história. Mas não importa o quanto eu escreva e quantos dias se passem até que elas cheguem ao fim, serão sempre minhas, e não nossas.
Sabe, sempre que eu termino um relacionamento tem uma coisa que me inquieta muito. Não sei ao certo dizer o que é e, às vezes, penso que seja rejeição. Puro e claro sentimento de rejeição, de "menos um", entende? Ou de "quando vai chegar a minha vez?" Mas a verdade é que eu não consigo definir o que seja. Nem por que está lá dentro, latente e ardendo. De uma forma difícil de compreender, até mesmo de se sentir. Sinto angústia de mudar algumas coisas. Como um adeus.
Mas eu não sei o que tínhamos, o tipo de relação que você me dava não me saciava. Era muito pouco; não valia a pena. Por isso, as brigas, os choros, os términos e o fim. Inevitável, sabia?Eu sabia.
Agora reprimo no peito a saudade. Ela é traiçoeira, sei disso também. Só consigo me lembrar dos nossos bons momentos, da sua mania de lamber o lacre do iogurte como se fosse parte do prazer de comê-lo. Do seu irritante azar de sempre, sem exceção, desatar o lençol, luva da cama, simplesmente por se deitar. E agora, vendo-a impecável, me desmorono em lágrimas a fim de preencher seu vazio. Mas a melhor parte era seu cabelo bagunçado de todas as manhãs, que denotava a rotina de nossas noites em claro.
Reprimo no peito a saudade. Ela é traiçoeira, sei disso. Por isso,me despeço da tua lembrança mais uma vez. Quem sabe é a última. Eu me policio a dizer qualquer coisa a seu respeito. Nem sempre acaba quando termina. Já aprendi que alguns "adeus"são mais longos que outros
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500 Dias sem você
Roman pour AdolescentsTodo mundo tem alguém para quem não consegue dizer não. Aquela pessoa que, não importa o tempo que passar, ainda dá uma pontada certeira no peito que te desnorteia. Aquela pessoa que ao menor sinal de reaproximação já te deixa com a boca seca e o co...