5- O posto de gasolina

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Fazia uns 10 minutos que estava esperando algum frentista aparecer, para encher o tanque do carro, que não estava completamente vazio, mas queria previnir, pois o caminho até o rancho séria longo.
Não tinha nenhuma placa avisando que era um self service. Então sai do carro e caminhei até uma lojinha, próxima ao posto.

Avistei um senhor com aparencia de uns 50 e poucos anos. Ele estava atrás de um balcão, comendo um sanduíche, que logo se engasgou com minha entrada repentina na loja.

-Bom dia senhor. Por acaso, neste posto ninguém trabalha não? Faz duas horas que estou esperando e não aparece ninguém.- falei para ele com um tom grosso, mas civilizado na voz.

- Oh, bom dia moça. Então, nesse posto, quem coloca a gasolina é a própria pessoa. Você paga aqui e depois coloca a gasolina. - o senhor barbudo, me respondeu, meio sem jeito tentanto limpar a barba com as sobras do sanduíche.

Tentei disfarçar a minha vergonha, olhando para um lado e outro da lojinha. Mas provavelmente ele entendeu e disse.

-Sem problemas moça. Isso acontece com frequência aqui. Ando com muitas dívidas, então não pude contratar pessoas para me ajudar nesse serviço. - falou ele com sorriso cansado no rosto.

- Peço desculpas pela minha grosseria senhor. Mas era bom o senhor colocar avisos, para não acontecer mais esses tipos de imprevistos. Bem, já que estou por aqui, vou  dar uma olhada em alguma coisas, talvez eu leve umas lembrancinhas para minha família. - falei para ele, enquanto caminhava até umas prateleiras com comidas típicas do interior.

-Sim senhorita. Estava pensando em fazer um aviso. Mas não sou muito bom com a escrita e não sei mexer nesse computador estúpido. -ele golpeia com as mãos, um pc que parece ter uns 100 anos de idade.

-Sua família em? Você vai fazer uma visita?- ele me perguntou com tom de curiosidade.

-Sim, estou vindo da Califórnia, vou visitar meu irmaozinho. Queria levar alguma coisa que ele goste. Como por exemplo, esse bolinho de rolo. - falei, levando o bolo de rolo proximo ao meu nariz, para poder sentir aquele aroma delicioso de goiabada.

-Mas o senhor não tem nenhuma pessoa que possa fazer isso pelo senhor? Sua filha? Sua esposa? Algum irmão/ã?- perguntei sem pretensão.

- Não as vejo faz muito tempo. Infelizmente, não sou sozinho apenas no trabalho. Se você me entende. - retrucou ele. Parecia triste e seu semblante de cansado ficou ainda mais nítido. Me fazendo ficar com um aperto no coração.

Um estranho silêncio se instalou, até que ele disse.

-Esses bolos estão novinhos, chegaram essa manhã. Séria um ótimo presente! - ele apontou para os bolos em minhas mãos.

Ele parecia ser uma boa pessoa, me fez querer ajuda-lo.

- Ah é? Então vou levar eles mesmo. Me desculpe pela intromissão na sua vida pessoal. É... se quiser eu posso fazer isso pelo senhor. - me virei para ele e trouxe alguns bolos de rolo na mão para colocar sobre o balcão.

- Poderia? - perguntou ele, estusiasmado.

- Sim. O senhor só teria que me arrumar um papel e uma caneta. - fiz o pedido e ele logo acenou com a cabeça, se encaminhando para dentro de uma salinha.

Enquanto o esperava, olhava mais para aquela lojinha, tinha diversas mercadorias. Como bebidas artesanais, comidas enlatadas e feitas a mão, produtos de limpeza, alguns enfeites de casa. Estava satisfeita de encontrar aquele lugar, talvez levasse algum presente na volta, para Débora, ela iria amar.

-Aqui moça, espero que sirva. - o senhor saiu da salinha com caneta preta na mão e com um papel branco na outra.

-Ótimo, me dê aqui. - pedi, estentendo a mão para poder pega-los.

Vivendo uma nova experiência na FazendaOnde histórias criam vida. Descubra agora