11- Bebidas, risadas e etc

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Entrei no bar e senti o cheiro de vários tipos de cachaças misturadas. O local estava lotado, tinha mesas de sinuca, mesas em formato de barrio, com cadeiras altas, quadros estranhos pendurados na parede. A iluminação era fraca e deixava o local caótico, mas ao mesmo tempo, confortável. Observei muitas mulheres passando de um lado ao outro, algumas acompanhadas e outras não. Tinha um grupo de rapazes, no lado esquerdo do bar, que estavam altamente alcoolizados, proferindo algumas apostas em voz alta.

Virei o olhar e encontrei uma garota com cabelos cacheados e de pele negra, atrás de um balcão. Ela deu um oi com a mão, me chamando para ir ao seu encontro.

- Garotaa, você ta um arraso! - falou ela, assim que me aproximei do balcão.

-Deixa disso, nem faz tanto tempo. Me da um abraço aqui. - disse para ela, jogando meu corpo sobre o balcão, para poder abraça-la.

Ela retribiu e me abraçou de volta.

- Não faz muito tempo? Menina, foram 5 anos, e não 5 dias. E agora, você é o que? A Dra. chefe da Califórnia? - Catarina me olhava com admiração e entusiasmo.

- Podemos dizer que sim. Eu mando em algumas pessoas e é por este motivo que estou aqui... e você? Arrumou um trampo de garçonete? E sua faculdade de direito? - perguntei, me sentando em um banco alto de atendimento.

Catarina que antes estava com os cotovelos apoiados na bancada, se indireitou e fez uma cara de desconfortável.

- O que você vai querer para beber? - ela me perguntou, com um tom sério na voz.

Franzi o cenho, estranhando sua mudada repentina de humor.

- Pode ser um uísque. - respondi.

Catarina se virou e saiu para pegar a bebida.

Quando ela voltou, pôs um copo na bancada e despejou o líquido dentro dele.

Fiquei a observando, tentando entender o que a fez mudar de expressão. Será que tinha sido alguma coisa que falei?

-Ei, desculpa se eu falei algo que não deveria. - falei, segurando sua mão.

- É que é complicado. Eu não falo isso com ninguém. Depois que meu pai ficou doente, eu tive que largar a faculdade e arrumar um emprego para nos sustentar. Eu não estou aqui porque eu gosto Luna, eu estou aqui, porque preciso. - ela tinha uma expressão triste no olhar.

- Eu sinto muito Cati. Se precisar de algo é so falar tá?! - tentei lhe confortar.

- Eu sei, mas eu ja to me ajustando. Obrigada mesmo assim, Luna. - ela deu um sorriso gentil.

- Enfim, o que te trouxe aqui, depois de tanto tempo? - perguntou.

- Eu vim por conta do Eliot, da uma força no campeonato e colocar os pensamentos no lugar.

- Fiquei sabendo. Ele vai arrasar, coisa de família. - ela deu uma piscada pra mim.

- E me conta você ta gostando de São Francisco? Você ja conheceu muitos pontos turísticos? Fez amizades? O caras de lá, usam muito terno e gravata? - Catarina me interrogava com tanta animação, que me fez rir.

- Calma Cati, a gente ainda vai conversar mais sobre isso ao decorrer dos dias. Mas digamos que "sim", para todas as suas perguntas.

- Ah, desculpa, é que realmente é muito bom te ver. - ela pegou minhas mãos e deu um sorriso gentil para mim, retribuí apertando suas mãos.

- Da pra você encher mais um pouco meu copo? - pedi, e ela logo trouxe a garrafa e despejou o líquido transparente no copo.

Peguei o copo e virei de vez na boca, o liquido desceu rasgando na minha garganta. Fiz uma careta, e Catarina gargalhou.

Vivendo uma nova experiência na FazendaOnde histórias criam vida. Descubra agora