12- Madrugada pós-shots

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-Arruma outra cara, essa já é minha. -falou o homem desagradável, me segurando com mais força.

Eu estava incapaz de falar, de movimentar meus musculos, parecia que estava drogada.

- EU MANDEI VOCÊ SOLTAR ELA. - aquele a quem a voz era tão familiar, se aproximou com os punhos serrados e a mandíbula trincada. Ele estava com a expressão tão séria que até me deu medo.

-Não se aproxime, se não eu vou machucar ela. E eu não quero fazer isso. - o cara que me segurava com umas das mãos, pegou um objeto dentro do bolso e colocou sobre minha barriga. Baixei os olhos para o local e vi uma faca pequena, daquelas que corta frutas.

- Tudo bem, tudo bem! Calma. - ele parou assim que viu o objeto em mim. Buscou meus olhos e tentou me dizer alguma coisa através deles.

- Vamos fazer assim. Você quer dinheiro? Eu tenho dinheiro, quanto você quiser. - ele tentou negociar, mas o homem que me segurava ria em sarcasmo.

- Quanto que você acha que ela vale? - o cara barbudo perguntou, me avaliando de cima a baixo com a expressão depravada no rosto.

Me senti enojada e furiosa. Apesar de estar meia grogue, pensei rápido e dei um chute nas suas partes inferiores. O que fez o homem me sortar e cair no chão.

- SUA FILHA DA PUTA. - proferiu, enquanto gritava de dor.

- Eu não... estou a venda, seu monte de bosta. - disse e cuspi nele, para mostrar meu nojo.

O outro homem, que observava tudo, se aproximou rapidamente e tentou pegar minhas mãos, mas se deteve, com medo de me assustar.

- Você está bem? Ele te feriu? - falou com tom de preocupação.

Só fiz que sim com a cabeça. Não estava assimilando bem as idéias.

- Ele te machucou? Aonde? - se apressou em conferir meu rosto, meus braços, cada pedaço do meu corpo.

Senti seu toque, era quente e cauteloso, como se estivesse pegando em algo que não queria danificar.

- Ele não... eu disse que ta tudo bem. - falei.

Ele parou de me analizar e se voltou para o homem que gemia de dor no chão.

- Você merecia bem mais que isso, seu canalha. Agora você vai fazer assim, de manhã eu quero que você se entregue na delegacia, diga tudo que você fez. Sem tirar nenhuma vírgula. Caso contrário, eu gravei seu rosto, e pode ter certeza que vou te procurar até o fim do mundo.

Ele pegava o homem caído no chão pela gola da camisa e pela cara do sujeito, ele estava falando sério.

-Estamos entendidos? - ele perguntou.

O sujeito balançava a cabeça freneticamente em afirmação.

-Vamos, vou te levar para casa. - o homem cujo o nome eu não sabia, se voltou para mim.

- Não... eu vou sozinha. - falei.

- Você não vai sozinha, eu vou te levar. Olha seu estado. - falou irritado.

- Que estadhooo? Eu acabei de dar um chute em um homem... você quer um também?

Ele riu e me puxou para seguir o caminho.

- Você sabe que foi imprudente o que você fez ne? Poderia ter saído muito mal.

Parei e cruzei os braços.

- Você achahhh...que eu iria ficar parada, vendo dois homens negociando minha carne?

- Eu não estava negociando sua carne, estava sendo inteligente e ganhando tempo, pra que você nao saísse machucada.

Vivendo uma nova experiência na FazendaOnde histórias criam vida. Descubra agora