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[0|7]
Me descubro
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Pense em um momento da sua vida que você mais deseja mudar, mas um momento do qual você fez parte e se arrependeu por ações suas. Aquele momento que você acha, ou tem certeza, de que, caso tivesse feito o que deveria ter feito – ou o que acha que deveria ter feito –, os resultados seriam diferentes, até melhores.
Quando eu era mais novo, eu vi um colega da minha turma levar um soco em pleno refeitório, mas não fiz nada por medo de também ser agredido e me machucar. E é isso que nos torna impotentes. Nós temos medo do que talvez nem venha a acontecer. Nós projetamos futuros ruins e nos prendemos àquilo como uma verdade irrefutável, uma consequência óbvia.
Não me entenda mal, ter medo é necessário e nos ajuda em diversas situações, mas nós precisamos realocá-lo para ser usado nos momentos certos.
É normal ter medo, mas ele não deve te privar de coisa alguma, porque no final quem decide é você, e não a personalidade construída na base no medo que habita sua mente.
Foi nisso que refleti a noite inteira, depois de decidir dar uma pausa na análise de tudo o que compunha aquele escritório.
Eu sempre tive medo de tantas coisas durante a minha vida, que agora o que mais maltratava a minha mente era saber que eu havia feito diferente em tantos outros universos e nunca saberia o que aconteceu em cada um deles. Aquele universo em que eu estava era a minha única prova real de que pequenos momentos impactavam mais do que eu poderia imaginar.
No final das contas, eu poderia ter sido aquele Yoongi em meu próprio universo. Mas enquanto eu pensava no turbilhão de coisas que o meu outro eu havia conquistado a partir da publicação de um livro, também pensava em todos os impasses que eu havia presenciado sobre sua vida nas últimas horas.
Definitivamente, consegui entender que o oposto de minhas ações, muitas das quais eu me arrependia de fato, talvez não fosse sempre a melhor opção. O erro é pensar que uma resposta se limita ao certo e ao errado quando, na verdade, ela pode ter quinze caminhos errados. Todos necessários.
O que você pode enxergar com arrependimento, muitas vezes é apenas a curiosidade do que poderia ter acontecido. É a ansiedade disfarçada de lamentação.
Dormi já quando o breu do céu escuro anunciava a madrugada silenciosa, tentando me concentrar no sono que custava a chegar, mas que chegou sem eu perceber e aliviou a tensão que já me acompanhava há muitas horas.
Acordei sozinho, sentindo meu corpo mais relaxado, minha mente mais leve. O dia anterior havia sido tão denso e movimentado que meu corpo demorou a me colocar onde eu estava. O teto impecavelmente limpo e decorado com um simples e pouco ornamentado lustre, e a textura de couro sob minha pele, anunciaram mais um estado de alerta, o que me fez sentar rapidamente sobre o sofá e ganhar uma tontura incômoda. Alguns segundos depois, lembrei onde estava e porque estava.
Respirei fundo, passando as mãos sobre o rosto e sentindo os olhos inchados. Não ganhei muito tempo, no entanto, para acordar inteiramente. O celular sobre a mesa de centro, que Park Jimin havia trazido na noite anterior enquanto eu ainda mexia no computador, tocou.
Atendi sem ao menos pensar direito.
— Alô?
"Yoongi, são quase dez horas da manhã, onde você está?"
A voz do outro lado da linha era estridente, e eu me vi perdido porque minha mente não estava ainda totalmente concentrada na chamada.
— Quem é?
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Universo Alternativo • yoonmin
Fanfic[EM ANDAMENTO] [LONGFIC] Dizem que um simples bater de asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo. E se uma borboleta pode mudar o curso da história, imagine o que um roubo de direitos autorais pode fazer. O Universo fez quest...