..
– Mommy.
Ouço alguma voz bem ao fundo, sinto algo tocar meu rosto. Estou sonhando ou alucinando? Conheço essa voz.
– Hm... – resmungo ao abrir os olhos e bocejar. Olho para o lado e vejo Joaquim escorado na beirada da cama, ele está com a mãozinha em meu rosto, seguro sua pequena mão e a beijo. – Oi pequeno.
Minha voz ainda está sonolenta e sinto meus olhos pesados, pisco algumas vezes e tento me sentar, mas sinto algo pesado sobre minha barriga, olho para baixo e vejo Ana com a cabeça em meu abdômen e o braço envolvendo minha cintura.
– Mommy, estou com fome. Mamãe não quer acordar.
Ele resmunga, volto a olhar para ele que agora está com um enorme bico em seus lábios e tem os braços cruzados em seu peito. Sorrio para ele, até mesmo irritado Joaquim parece adorável. Essa criança é mesmo real? Como não acha-lo lindo?
– Com fome, huh? Que tal waffles?
– Sim!
Grita abrindo um enorme sorriso e eu fecho os olhos, sentindo minha cabeça latejar. Ana se remexe um pouco e murmura algo que não entendo, porém continua dormindo. Acho que a bebedeira de ontem derrubou ela.
– Ok, mas sem gritos para não acordar sua mãe.
– Desculpa.
– Tudo bem. – com o máximo de cuidado possível, retiro a cabeça de Ana da minha barriga e puxo-a um pouco para cima, deitando sua cabeça no travesseiro. – O que está esperando, mocinho? Já pro banho, anda.
Ordeno, embora esteja sorrindo. Joaquim não diz nada, apenas saí do quarto rapidamente. Bocejo lentamente ao me espreguiçar, sinto meu corpo um pouco pesado. Ainda estou com sono. Levanto-me da cama e vou em direção ao banheiro, dou uma última olhando em Ana e suspiro.
Sinto que agora as coisas irão se ajeitar, ou pelo menos irão melhorar um pouco.
(...)
Arrumei a mesa para o café da manhã, Joaquim já está sentado, uniformizado e cheiroso. Uma coisa curiosa que notei é que Ana e ele são perfeccionistas com relação a higiene pessoal, da mesma forma que ela gosta de estar sempre cheirosa e limpa, ele também o faz. É incrível o quanto se parecem.
Ana parece ter educado ele muito mais do que eu, às vezes penso como éramos antes. Se eu era a mãe que apenas corrigia, auxiliava nos deveres de casa e mandona, e se Ana era a mãe brincalhona, que leva Joaquim ao parque, deixa ele comer besteiras e não pega tanto em seu pé.
Penso que deveria ser algo engraçado de se ver. É meio estranho imaginar nós três como uma família. Mas estou me acostumando.
– Mommy, a mamãe não vai levantar? Vou acabar me atrasando pro colégio.
– Quim, eu acho que sua mamãe está muito cansada, sabe? Melhor deixar ela descansar.
Termino de lavar os pratos e coloco as louças no escorredor.
– Então a senhora vai me levar?
Pergunta e eu me viro para olha-lo, seus olhos cinzas estão cravados em mim, brilhando em expectativa. Sinto um nó em minha garganta.
Como irei fazer agora? Não faço a mínima ideia de onde seu colégio fica, não me lembro de saber dirigir e pior. Ele não sabe que perdi a memória. Certamente já devo tê-lo levado a escola outras vezes, mas agora não posso, e tenho que arranjar alguma desculpa já que com toda certeza Ana não deve acordar nem tão cedo.
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Stupid Wife [Caevassi Version]
FanfictionVocê já se imaginou casada com alguém que você nunca suportou na vida? Manoela também nunca tinha imaginado isso, muito pelo contrário. Era para ter sido apenas uma manhã normal, Manu acordaria, tomaria seu café com sua família, depois iria para a e...