I like when you call me love.

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– Essa aqui, no nosso baile de formatura.

Ana diz e aponta para uma das milhares de fotos penduradas ali, vou até ela e olho para a foto. É impossível não sorrir ao ver a versão mais nova minha e de Ana juntas, na foto eu estou sentada de lado em seu colo, Ana está com a cabeça recostada em meu colo, seus olhos estão fechados e ela sorri. Meu sorriso na foto não é menor que o dela, parecemos felizes.

– Nós fomos juntas?

– Sim. – continuo olhando para a foto, tento forçar minha mente para me lembrar desse dia, mas nada acontece. – Eu aluguei uma limusine gigante, você quase enfartou quando viu.

Ela conta e gargalha, olho para ela e sou contagiada pelo som de sua risada. Sua cabeça sendo balançada de um lado para o outro, Ana morde o lábio inferior e olha para baixo.

– Isso é a sua cara. – ela levanta a cabeça ao ouvir meu comentário. –  Me lembro bem do quão exagerada você era no colégio, acha que me esqueço daquela sua moto gigante?

– Ela nem era tão grande assim.

– Era sim. O dia que você me deu carona, eu quase morri, eu pensei que sairíamos voando com aquele troço.

– Que exagero, amor. – mordo os lábios e dou um pequeno sorriso ao ouvi- la me chamar daquele jeito. – E-eu... Saiu sem querer.

Olho para ela que está com as bochechas coradas, junto as sobrancelhas confusa.

– O quê? Eu te chamei de amor... Foi sem querer.

Esclarece e a expressão em meu rosto suaviza, hesitante dou um passo para mais perto dela. Ana me olha quase sem piscar, e se mover. Nem sei dizer se ela está respirando, mas acho que não. Aproximo meu rosto do seu e quando estou prestes a juntar nossos lábios, o celular dela começa a tocar. Saltamos uma para longe da outra por causa do susto.

– Jesus!

Exclamo levando uma mão até meu peito, Ana solta uma risadinha nervosa e busca pelo aparelho em seus bolsos, quando ela finalmente o acha logo atende a ligação.

– Oi, pai. – me recupero do susto aos poucos. – Não, eu vim dar uma volta com a Manu... Sim, nós viemos aqui no sítio. – ela me olha e sorri enquanto ouve o que seu pai diz. – Já estamos indo, okay.

– Vamos embora?

É impossível não notar a decepção na minha voz, e com certeza Ana notou.

– Sim, mas nós podemos voltar amanhã ou quem sabe dormir aqui.

– Aqui?

– Não aqui na casa da árvore, mas na casa lá na frente. – ela explica apressadamente e eu acabo sorrindo de seu jeito meio afobado. Ana se afasta da parede e ajeita suas roupas. – Vamos?

Me chama e apenas concordo com a cabeça, estamos quase saindo da casa quando eu a seguro pelo pulso. Ana me olha sem entender e antes que ela possa falar algo, seguro seu queixo com minha mão livre e selo nossos lábios. Ela suspira com força, o ar batendo contra meu rosto. Sinto Ana apertar minha cintura e então aprofunda o beijo. Nossos lábios se movendo lentamente, como se estivéssemos dançando uma valsa.

– Só para deixar claro, eu gosto quando me chama de amor.

Confesso após pararmos o beijo, me afasto um pouco de Ana e a vejo abrir um enorme sorriso. Zeus! Que sorriso mais perfeito ela tem.

Eu acho que tenho uma queda por ele.

Na verdade tenho um abismo por ela inteira... E só parece aumentar.

Stupid Wife [Caevassi Version]Onde histórias criam vida. Descubra agora