Snow day.

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Depois do jantar, subi para colocar Joaquim na cama, mas ele estava inquieto, não queria dormir antes de dar um beijo em Ana.

– Mommy, chama a mama pra vir me dar um beijo de boa noite, por favor.

Implora com os olhinhos brilhando. Como negar algo para ele? Se ele me olha com esses olhinhos cinzas tão lindos e essa carinho fofa, como? É impossível.

– Tudo bem. – concordo e ele sorri, pega a chupeta e coloca em sua boca. Preciso começar a ensinar ele a dormir sem isso, já passou da hora dele largar a chupeta. – Já volto.

Ele apenas acena e agarra o tigre de pelúcia que está em seus braços. Levanto-me do chão e saio do quarto, a porta do quarto onde Ana dorme está aberta, o que quer dizer que ela não está ali. Desço as escadas em busca de Ana, nada de sala, penso em ir em seu escritório mas, ao ver a luz da cozinha acesa deduzo que ela está lá

– Ana...

Me calo ao me deparar com aquela cena, engulo seco e travo no lugar. Ana está encostada em um dos balcões da cozinha, ela lê algo em seu aparelho celular enquanto come alguma fruta que está no pequeno pote verde ao seu lado. Mas o que me chamou a atenção não é o que ela está fazendo e sim a forma que ela está vestida. Pigarreio e balanço a cabeça, tentando em vão desviar a atenção de suas pernas.

– Que susto, porra. – avoz alarmada de Ana me faz voltar a olhar seu rosto, ela está com uma mão na boca e os olhos meio arregalados. – Desculpa, você me assustou, amor.

Amor...

Poderia até tentar pensar em alguma coisa mais coerente, mas por que raios as pernas dela parecem tão atrativas? Por que Ana está usando essa camisola, robe, não sei o que é. E por que eu simplesmente não consigo raciocinar ou ter reação de não olhar para ela?

Ana parece ter algum tipo de áurea sexual que te atraí como um imã. Não é porque não me lembro de alguns anos da minha vida que parei de apreciar a anatomia feminina, afinal, sempre gostei de admirar as garotas da escola. E admito... Ana sempre foi uma delas.

Mesmo sendo irritante e idiota, Ana sempre foi linda. Confesso.

– Ou? Tudo bem? – Ana estala seus dedos em frente ao meu rosto, salto com o susto e quase caio no chão, mas Ana me segura pelos ombros. – Está sentindo alguma coisa? Você está meio pálida.

Sua voz demonstra preocupação, balanço a cabeça negativamente. Ana solta meus ombros e dá um passo para trás, mantendo o olhar em meu rosto, estudando-o com cautela, como se estivesse se certificando de que está mesmo tudo bem comigo.

– Eu estou bem, eu só...

– Quer cereja? – Ana me interrompe, olho para ela e a vejo pegar o mesmo potinho que vi antes. – Essas estão doces, do jeito que você gosta.

Ela pega uma cereja e leva até sua boca, seus lábios envolvem a pequena fruta e ela fecha os olhos para saboreá-la. Meus lábios se abrem um pouco sozinhos, minha respiração falha e tenho que me controlar para não pensar besteira alguma. Por que de repente tudo em Ana me faz pensar em algo sexual?

Foi a maldita dança... Maldita Bachata!

– Eu não quero, não, obrigada. – finalmente consigo dizer, Ana dá de ombros e pega outra cereja. – Eu vim te chamar, Quim pediu que você fosse dar um beijo nele de boa noite.

– Hm... – Ana se afasta do balcão e deixa o pote em cima do mesmo, limpa a boca com as costas de sua mão. – Eu esqueci de ir lá falar com ele.

Sorri sem jeito ao passar por mim, apenas dou um sorriso de lado, abaixo a cabeça e espero ela passar. Olho para as costas de Ana e meus olhos automaticamente descem até sua bunda, que se move graciosamente enquanto ela caminha. Tudo ficou em câmera lenta ou é só na minha cabeça?

Stupid Wife [Caevassi Version]Onde histórias criam vida. Descubra agora