Capítulo 18

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Sarah acordou naquele dia com uma puta dor de cabeça, prevendo que aquela parte do seu corpo podia explodir a qualquer momento. Ela já tinha dado seu depoimento, todos já haviam dado ela acreditava, e as luzes do quarto cordel permaneciam acesas.

Seus seios estavam comprimidos nas costas de alguém, que ela não fazia a mínima ideia de quem era, talvez porque ainda não tinha aberto os olhos, e nem queria o fazer.

Os pelos no peitoral desnudo a fazia chutar que estava de conchinha com um homem, mas que homem? Ela abriu os olhos vagarosamente, notando que a cabeça dele estava embaixo do travesseiro e ele roncava, roncava muito alto, ela só não se incomodou com aquele ronco porque estava alcoolizada.

Bocejando tirou a mão que circundava o corpo dele, quer dizer, ela tentou, porque notou a algema no pulso e aquele objeto lhe trouxe lembranças, lembranças que a deixou de olhos arregalados.

— O que foi mulher? — uma voz masculina rouca veio do cara que dormia de conchinha.

Gil do Vigor.

Como eu não reconheci esse ronco?, pensou.

Ela suspirou de alívio por não ser nenhum outro cara daquela casa, mas depois colocou sua cabeça para funcionar, chegando à conclusão de que suas lembranças não tinham passado de um sonho.

Ou um pesadelo, pensou.

Olhou o quarto e, como de praxe: Caio e Rodolffo dividiam a cama de casal, mas o que a intrigou foi Juliette dormindo serena na cama do lado da dela. Tinha só uma cama sobrando.

— Sarah, tá tudo bem? — Gil perguntou preocupado, sentou-se do lado da amiga e entrelaçou sua mão na dela.

— Eu tô bem — ela respondeu nervosa, encarando as algemas, que não estavam conectando ela e Juliette.

— Pede remédio pra produção qualquer coisa — ele aconselhou, Sarah só assentiu.

— Podemos voltar a dormir? — Sarah perguntou mexendo na algema.

— Não quer tomar café da manhã? — ele perguntou, colocando atrás das orelhas as mechas do cabelo louro coladas na sua testa.

Sarah estava prestes a dizer não, até Juliette abrir os olhos vagarosamente, sorrindo para eles dois.

— Vamos — foi tudo o que disse antes de puxar Gil para fora do quarto.

— Bom dia, Jujuba — ele cumprimentou a paraibana antes de sair do quarto.

Sarah puxou ele para a área externa, indo na direção da garagem, já que envolta da piscina tinha gente.

— Não íamos tomar café da manhã? — Gil perguntou confuso, mas deixando-se ser levado.

Não houve resposta, Sarah aproximou os puffs um do outro para que ela e Gil pudessem se sentar, sem intromissões das algemas.

Sarah não sabia se tinha coragem o suficiente para contar a Gil o que estava acontecendo, na verdade seu medo, sua insegurança, sua covardia, estava tudo nas câmeras que focava neles naquele exato momento.

— O que tá acontecendo, Sarará? — Gil tentou descontrair usando o apelido, mas se soubesse como estava a cabeça de Sarah não teria feito isso.

— Não me chama desse jeito — ela reclamou, fechando os olhos e normalizando sua respiração, que tinha prendido desde que saiu do quarto.

Sarah mordeu o lábio inferior, insegura. Tinha sido só um sonho erótico, por que ela estava tão...

Afinal, o que eu estava sentindo?, pensou.

— Olha pra mim — Gil pegou na mão que Sarah nem havia percebido que tremia. — O que aconteceu?

— Eu só tive um pesadelo — ela sussurrou, só não foi um murmúrio para não acabar tomando punição.

— Quer compartilhar ele?

— Eu queria — Sarah começou e Gil fez uma cara de que era um ombro amigo ali. — Mas não posso.

— Não pode por causa — ele desviou o olhar para as câmeras e Sarah assentiu.

Então Gil se levantou, puxando Sarah para repetir seu ato, então abraçou ela, colando seus corpos no nível de o microfone não pegar a conversa deles.

— Fala rápido — ele pediu.

— Eu sonhei com a Juliette — ela confiou nele. — Quer dizer, eu não sei se sonhei com ela, na verdade.

Gil cortou o abraço com uma expressão confusa.

— Como assim você não sabe se você sonhou ele? — Sarah entendeu a sacada do Gil, e continuou:

— Foi aquele sonho — ela tentou dizer pelo olhar e revirou os olhos quando Gil deu um sorriso malicioso.

Sarah contou tudo a Gil, sempre se referindo a Juliette como ele e dando a entender que o sonho tinha sido com alguém de fora da casa. Mais ou menos uma hora depois, teve manutenção externa, então todo mundo que estava na área externa da casa teve que entrar e se preparar para a ação.

— Sarará, você tá aí! — ela escutou a voz de Juliette atrás de si.

— É, eu tô aqui — Sarah disse virando-se para olhar para Juliette.

Os três estavam na entrada do banheiro, Gil e Sarah iam tomar banho, já Juliette estava indo no banheiro.

— Por que não me deu bom dia hoje? — Juliette formou um biquinho nos lábios.

— Ah aquilo — Sarah olhou nervosa para Gil que estava com uma mão na boca, segurando a risada. — Eu só tava passando mal, eu acho.

— Você acha? — Juliette inclinou a cabeça para o lado confusa.

— Não, eu não acho, eu tava passando mal — frisou o "tava".

— Tudo bem então, você já tá bem? — ela perguntou preocupada, pegando na mão que estava sem as algemas.

— Ai minhas costas estão coçando — Sarah fingiu para livrar sua mão daquele toque. — Gil coça aí pra mim.

— Eu coço — Juliette se ofereceu, indo para trás de Sarah.

— Ah esquece, parou de coçar — Sarah fuzilou com os olhos Gil, que murmurou um "Desculpa"

Juliette voltou para sua posição anterior, depositando um selinho demorado nos lábios carnudos de Sarah, subitamente. Sarah não foi capaz de cortar aquele contato porque gelou e prendeu a respiração, mesmo que não tenha percebido essa última ação.

— Vou no banheiro, já volto — foi o que a paraibana disse antes de deixar os dois ali de olhos arregalados.

Assim que Juliette entrou no banheiro e fechou a porta atrás de si, Gilberto se acabou rindo.

— Do que você tá rindo? — Sarah perguntou para ele dando um tapa na sua nuca.

— Você tinha que ver sua cara — ele continuou rindo e massageando sua nuca com a mão livre das algemas.

— Vamos tomar banho logo — Sarah puxou Gil até o chuveiro.

— EITA MULINGA! — ele gritou aquilo que Juliette usava na casa, Sarah parou na hora e olhou pra ele querendo matá-lo.

TRY NOT MISBEHAVE ↯ sarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora