Cap 1 - Como perder seu trabalho

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Eu estava deitado em um lago, havia algum tipo de fumaça verde por toda parte e seu cheiro me dava vontade de vomitar. O lugar definitivamente não era silencioso, era como se tivessem leves e suaves sussurros pairando no ar, isso me deixava inquieto, e confuso.

Levantei-me e comecei a andar ao redor desde lugar peculiar, eu tinha a sensação de que algo ruim iria acontecer, mas não aqui, e não era bem um sentimento, estava mais para uma certeza.

Olhei para baixo por acidente, eu estava usando um colar que eu certamente não tinha, o que chamou minha atenção era que ele tinha o símbolo de um triquetra. Por alguma razão eu me sentia...seguro? Então resolvi não tirar o tal colar.

Este lugar era um pouco bizarro, não sentia que ele queria me machucar de alguma forma, mas sim me avisar sobre algo, algo muito importante que iria acontecer, tive a impressão de que seria logo.

Mais a frente eu avistei um lago congelado, tudo ficava cada vez mais estranho. Da distância onde eu estava, dava para ver uma luz vindo de dentro do lago, aproximei-me.

Meus passos pareciam mais leves do que o normal, como se houvesse algo me dando um impulso para chegar até lá, eu estava cada vez mais perto, e então eu vi, tinha uma pessoa presa dentro do lago congelado, era eu.

Eu me ajoelhei e fiquei encarando aquele ser com minha aparência, e ele abriu o seus olhos, eles brilhavam amarelo, um tom tão belo que o próprio Van Gogh morreria de inveja.

Sua mão estava encostada no gelo, cuidadosamente eu aproximei minha mão da dele, numa tentativa de tocá-la sabendo que era impossível, já que aquele eu estava incapacitado dentro daquele gelo

Nossas mãos se aproximavam, eu me perguntava o que poderia acontecer quando elas finalmente se encostassem, meus olhos brilhariam também? Eu conseguia sentir a ansiedade me engolindo por dentro, consumindo cada átomo, cada célula minha. Eu queria vomitar (não só por causa do cheiro da névoa), queria apenas bater minha cabeça no chão até sair sangue e gritar.

Quanto mais próximas nossas mãos ficavam, mais a névoa mudava de verde para um amarelo e ficava cada segundo mais sufocante, e eu sentia a ansiedade se espalhando.

Assim que faltava só um pouco para encostar no gelo, eu senti meus olhos abrirem

Não...

NÃO!

Eu preciso entender, eu tenho que compreender.

- las, acorda logo, SILAS! Uma voz masculina e grave gritava

Meus olhos finalmente abriram

Levei um segundo para perceber onde eu me localizava, tinha acordado confuso, era um sonho.

Na verdade, eu andei tendo sonhos estranhos assim nas últimas semanas, mas deve ser apenas estresse do trabalho.

ah

Eu dormi no trabalho, ah deuses, eu dormi no trabalho e era meu chefe que estava gritando comigo

- Silas, sei que você é jovem, mas se isso continuar não vou mais poder mantê-lo por aqui. Meu chefe disse seriamente com os braços cruzados enquanto olhava no fundo dos meus olhos

- Perdão senhor, sinto muito mesmo, não vai acontecer novamente...

Eu sentia aquela ansiedade novamente, era como se tivessem mariposas carnívoras no meu estômago me comendo vivo por dentro, eu queira chorar, no entanto me segurei, eu poderia chorar no escuro em meu quarto quando chegasse em casa, não tinha porque fazer isso na frente do meu chefe.

- Espero mesmo. Meu chefe saiu de perto da mesa e se dirigiu até a máquina de café que ficava ao lado da porta, ele pegou um café e voltou a fazer suas coisas de chefe.

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