Mesmo descansando durante a folga, é claro que meus sonhos não me deixariam escapar das minhas preocupações. Por que nós, seres humanos somos sempre desse jeito?
Mas dessa vez as coisas não aconteceram da forma que eu esperava, nada de rios congelados e outro eu murmurando alguma profecia que me faria acordar em um pulo.
Eu estava em uma grande sala, chique e bela como um palácio. Tinha um lustre, paredes brancas, várias portas que eu não tinha ideia para onde levavam, carpete vermelho, tudo. E no meio, havia um trono com um homem sentado. Tudo aquilo fazia você se sentir como uma pequena formiga que poderia ser pisoteada a qualquer momento, um mero e impotente inseto.
De início, ele não parecia me ver, era o que eu pensei, mas seus olhos se fixaram em mim com um sorriso assustador e eu tive absoluta certeza, ele me via e estava debochando de mim com aquela risada nojenta dele.
O homem era alto, ele tinha longos cabelos brancos e cacheados, as pontas do seu cabelo tinham um brilho negro. Seus olhar intimidante me lembrava de duas cobras que uma vez invadiram meu apartamento. O homem vestia uma grande capa preta com uma touca, digna de um rei ou deus. Suas unhas estavam pintadas da cor preta, a manicure estava em dia pelo visto. Era um homem realmente charmoso.
Seu braço esquerdo estava coberto por bandagens, já o direito, cheio de tatuagens em alguma língua que eu não compreendia chegando até sua mão. Ele usava um brinco azul na orelha direita e vestia uma larga calça escura com belas sandálias em seus pés que me lembravam aquelas dos gregos.
Ao redor do seu ombro havia uma cobra alada, a outra estava enrolada ao seu braço com as bandagens.
- Não tema, aproxime-se, meu profeta. O homem desviou o olhar de mim acariciando a cobra que estava no seu ombro
Algo em sua voz grossa e suave fez eu querer me aproximar sem queixas.
E então, eu ouvi um som de uma de suas sobras.
- Não, você não pode matá-lo ainda Tsuchinoko. O homem repreendeu a cobra que soltou um hiss em resposta
Eu gostaria de ter perguntado algo, mas me sentia impotente diante aquele ser. Eu me sentia assustado mesmo sabendo que aquilo era algum tipo de sonho profético
- Não se preocupe, não posso machucá-lo dentro de um sonho. Aquele homem sorriu, a única coisa que eu conseguia sentir era nojo
- Sabe, você não está sonhando isso por um motivo, eu que quis ter uma breve e amigável conversa com você.
Então ele poderia controlar até sonhos? Minhas pernas pareciam feitas de geleia naquele momento, o que mais ele conseguiria fazer?
- Assim como aquele seu amigo lhe disse, eu não posso ser parado. Depois que meus seguidores me invocarem, vou matar cada um de vocês, e especialmente você, Silas. Tsuchinoko e Peuchen estão loucas para arrancarem seu coração e beber seu sangue. O homem começou a rir enquanto mechas de seus longos cabelos caíam sobre seu rosto.
Tentei falar algo, "Por que eu?" "O que tenho de tão especial?" Mas acho que de alguma forma ele ouviu meus pensamentos.
- Hm... – o homem me encarava da cabeça aos pés com uma expressão indecifrável. – Essas suas visões são um grande incômodo para mim. Por isso irei tomar controle de seus poderes e torná-lo meu mensageiro até o grande dia.
- Bem, aproveite seus últimos dias enquanto você e seus amigos estão vivos. E diga a Lawrence um olá por mim, certo? E sobre a parte do controle, você irá descobrir logo.
O ser deu um último sorriso, o mais terrível de todos. Um sorriso maligno. Senti uma terrível dor de cabeça, e logo, minha visão começou a esclarecer.
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Agência Fantôme
AzioneSilas entra em divida com uma agência e precisa trabalhar lá, porém nessa agência os membros possuem habilidades especiais. Ele irá precisar enfrentar nukkes, talvez tudo apenas tenha sido uma desculpa para ele trabalhar lá ja que sua energia transb...