o alvo

BigJean

Tu...tu...tu...

-E ai?

-Ah...- Fico sem assunto, mas Jess me dá uma cotovelada que sinto calafrios -È, BigJean???

-Eu mesmo, quem é?

-Eu sou -Ajusto a voz -Sou o Sr. Stewart e preciso de um serviço seu... aliás, o que você sabe fazer??

-Faço de tudo senhor, mas não cobro barato!

-Podemos nos encontrar hoje?

-Sim, no restaurante California, frutos do mar... Você paga a conta!!!

-Claro, nos vemos então.

Desligo.

-Eai? -Pergunta Jess que esta sentada ao meu lado, a poucos minutos que saimos do hotel.

-Marquei um encontro num restaurante de frutos do mar.

-Quando vamos?

-Vamos? Não! Eu vou esta noite.

-Como? Como quer que eu prove a minha inocencia se você não me dá uma chance?

-Chance?- Digo ironicamente -Não dá, você não faz o meu tipo!!

Ela vira pro lado encarando as pessoas que passam pelo carro.

-Olha, desculpa, é que eu tenho que fazer o meu trabalho, e prometo que vou arrancar alguma coisa que me ajude e te ajude... ou não.

Ela vira para mim, se aproximando demais, sinto-me desconfortável com o olhar dela de quem vai abrir a boca pra soltar uma espada.

-Tá. Você quem sabe, parceiro. -Ela abre um sorroso debochado. -Não faço o seu tipo? Realmente. Você nasceu pra viver sozinho.

O comentário me deixa magoado e começo a dirigir sem expressar nada e nem falar nada. Como se ela me conhecesse o bastante pra falar isso.

Chegamos a casa e quando estaciono ela abre a boca pra me falar algo, mas para corta-la, destravo as portas e saio, abro a porta dela e ela sai me encarando, desvio o olhar e ela simplesmente se vira e entra em casa... me dói ve-la ir, me dói magoa-la e que ela me magoe, e não sei explicar o porque, talvez porque me lembre minha esposa... mas tenho principios agora, que estão acima de tudo:

A minha profissão...