Epílogo 2 - A procura do réquiem

217 39 9
                                    

Arrumei os óculos na ponte do nariz enquanto segurava o galão e o sentia pesar cada vez mais em meus braços conforme o mesmo ia se enchendo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Arrumei os óculos na ponte do nariz enquanto segurava o galão e o sentia pesar cada vez mais em meus braços conforme o mesmo ia se enchendo.

De canto de olho vi um grupo de motoqueiros na entrada da pequena loja que havia no posto de gasolina, todos fumando e fazendo barulhos ensurdecedores com suas motos.

Posto de gasolina e cigarros.

Não parece uma boa combinação.

Quando terminei de encher o galão, fechei a tampa do mesmo e comecei a andar com o meu mais novo galão de gasolina cheio em direção do trailer estacionado não muito longe dali.

Estava na metade do caminho e, quando a bola de chiclete de morango que eu mascava estourou, um assovio soou vindo do grupo de motoqueiros.

Parei e olhei para eles, a luz rosada dos meus óculos de sol em formato de coração me deixaram enxergar debaixo do sol escaldante mais ou menos uns dez caras ali.

Abaixei um pouco o óculos, deixando o mesmo tocar a ponta do meu nariz e olhei para eles.

— Vão se fuder! — exclamei mostrando um dedo do meio para o grupo.

As buzinas todas tocaram e eles convulsionaram aos gritos.

— Ou nós podíamos fazer isso juntos, Eve! — o dono da voz grave berrou em resposta para mim.

Eu rolei os olhos e ri junto com eles.

— Não sou suas prostitutas baratas, Julian!

Depois disso sai dali ainda rindo em direção ao trailer, arrumando novamente meus óculos no nariz.

O calor do sol escaldante acertava em cheio o topo da minha cabeça, fazendo meus miolos queimarem e pedir por socorro.

Guardei o galão na parte traseira do trailer e depois me apressei para entrar nele, onde havia sombra, água fresca e um bom ar-condicionado.

Amém!

— Estamos no último dia de dezembro, caralho! Não era para ser inverno? Parece que estamos num país tropical!

Olhei para Amélie com um vestido curto e solto, esparramada num assento e, mesmo com o ar ligado, ela carregava consigo um mini ventilador de mão, apontando diretamente para seu pescoço.

Limpei o suor da minha testa e dei risada enquanto abria a geladeira e tomava um bom gole de água gelada, aproveitando o ar frio que saia de lá também.

— Sabe o que dizem, as geleiras da Antártida ou são as do polo sul, ou norte, não tô lembrada agora, elas derretem devido àquele negócio do aquecimento global — falei enquanto colocava a garrafa gelada contra meu rosto quente. — Ou alguma coisa assim, não tô lembrada, passou na tv.

Amélie deu risada.

— É, sim, eu vi isso também — ela concordou. — Os hippies de mais cedo disseram que é isso que vai fazer tudo explodir na meia noite de hoje.

— Eles estão viajando na maionese — respondi dando risada. — Isso ou a maconha tá mexendo com o cérebro deles.

Amélie bateu as mãos no ar como se espantasse uma mosca e me olhou séria.

— Você acha mesmo que a gente vai sair dos anos noventa pra morrer nos anos dois mil?

Dei risada dela.

— Eu não acho que o mundo vai acabar, Amy. Não agora pelo menos. Não agora no meio do nosso caminho pro Nebraska, estamos quase lá! — comemorei, levantando as mãos.

— Quase lá? A gente não tá nem na metade ainda.

Revirei os olhos e fechei a geladeira.

— Torça pra nenhuma das suposições sobre o fim do mundo estarem certas — falei enquanto ia para o assento do motorista. — Nada de aliens.

— Nem explosões na camada de ozônio! — ela continuou.

— Ou meteoros explodindo a gente.

— Por que a maioria é sobre a gente sendo explodidos? — ela perguntou enquanto eu ligava o rádio.

“Faltam exatas onze horas para a virada do ano, estão todos preparados para as festanças? Se reúnam com os amigos e família. E de duas uma, ou será a virada para os anos 2000, ou talvez a virada para sete palmos abaixo do chão! Vamos morrer festejando!"

Dei risada do locutor, assim como Amélie também.

Liguei o motor e mais uma vez uma saraivada de buzinas soou, olhei para o lado e me deparei com os olhos azuis de Julian em sua moto, acenando um tchau para mim e logo em seguida um beijo.

Apontei mais um dedo do meio para ele e dei partida com o trailer, voltando para a estrada.

Para a nossa viagem de enormes e infinitos quilômetros, saindo da Carolina do Norte até o Nebraska.

...

E aí? Quem entendeu?
Quem pegou a referência pegou ein! Fim do mundo, três histórias, filhos...
Chega de dicas, tô sendo boazinha demais com vcs uahauah

✓ NOSSO INFERNO | Loki [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora