2. INSEGURANÇA

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Em Minas, JP já tinha usado todos os argumentos possíveis para se explicar para os sogros, mas nada justificava o porquê dele ter engravidado Vanessa com tão pouco tempo de namoro.

- Olha, eu vou ser sincero com vocês, eu me apaixonei, me apaixonei assim logo que vi ela pela primeira vez, eu já sabia que ela ia ser a mãe do meu filho! Foi isso, o amor falou mais alto que a razão!

- Amor de cú é rola, seu sem vergonha! – O pai de Vanessa, seu Antônio, esbravejou.

- Valha-me Deus, homem! Olha a forma como fala! – A mãe de Vanessa, dona Cleonice, o repreendeu. Ao contrário do marido, ela já não estava tão chateada.

Vanessa ficou constrangida, mas JP gargalhou até lacrimejar.

- Vamos nos dar muito bem, meu sogro!

- Vê se tem base um trem desse! – Dona Cleonice resmungou. - Você vai perdoando, viu meu filho? Esse velho xexelento só fala bobagem!

- Uai, vai defender esse traste agora? – Seu Antônio a olhou surpreso. - Só o que me faltava!

- Eu vou, sim senhor! Ele é o pai do nosso neto e noivo da nossa filha, você deixe já de besteira!

Vanessa estava sem graça, mas JP tinha adorado o sogro, Antônio não podia abrir a boca que João gargalhava, e no fim das contas o velho homem já estava falando besteiras de propósito e sorrindo junto com ele.

- Pai, por favor, João veio numa boa conhecer vocês, se o senhor continuar tratando ele assim nós vamos embora! – Vanessa disse sem jeito.

- Não vai não senhora, eu quero ficar com meu neto, um tiquinho que seja! – Cleonice resmungou.

- O neto fica, o pai pode picar a mula! – Antônio murmurou.

- Quem vai picar a mula é você, invocação do apocalipse!

JP gargalhava escondendo o rosto em Vanessa.

- Me desculpa, João. Você quer ir embora? – Ela disse sem graça.

- Não, está tudo bem, estou adorando meu sogro! – Ele riu.

Arthur, que estava brincando num canto quietinho, veio correndo de repente na direção da mãe e subiu em seu colo.

- Hum, acho que ele está de cocô, vou lá trocar... – Vanessa disse ameaçando se levantar.

- Deixa que eu troco, pode ficar aí, meu bem. – JP a impediu.

A mãe de Vanessa olhou ele se afastando com o filho admirada, mãe de 4 filhos, durante toda a vida ela cuidou da casa e das crianças sozinha enquanto o marido trabalhava na roça, e os mais simples gestos de JP com Arthur a deixavam encantada.

- Ele te ajuda assim sempre, filha?

- Sim! – Vanessa sorriu orgulhosa. - Ele que cuida do Arthur quando eu vou para a faculdade, junto com a mãe dele, mas ela não dá moleza não!

- Tá vendo, velho? E você nunca trocou uma fralda! – Cleonice resmungou.

O pai de Vanessa revirou os olhos, mas deixou escapar um sorriso de canto de boca.

- Doutorzinho meia tigela... – Ele murmurou.

Vanessa sorriu balançando a cabeça com negação.

- Ele tem um emprego? – Antônio questionou.

- Ele é veterinário e mexe com gado e cavalo, pai...

- Parece ser um bom moço, filha! – Cleonice comentou.

O destino dita as regras IV - Amor eternoOnde histórias criam vida. Descubra agora