6. CIÚMES

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Na manhã seguinte, bem cedo, Felipe e Manuela foram realizar o primeiro ultrassom, ansiosos para ver pela primeira vez o bebê.

- Bem-vinda Manuela, é o primeiro ultrassom? – A ultrassonografista perguntou.

- É sim doutora... Estou nervosa!

- Então vamos lá, acabar com essa ansiedade!

A médica iniciou o exame, os dois olhavam atentos para a tela, quando ambos se chocaram com o que viram.

- Minha nossa, é isso mesmo que eu estou vendo? – Felipe arregalou os olhos.

- Não acredito! – Manuela reagiu da mesma forma.

A médica gargalhou.

- Esse é o tipo de surpresa que eu gosto! Nada como o primeiro ultrassom de uma gravidez de gêmeos!

- Doutora, eu não podia ter nem um e agora vou ter dois? Assim de uma vez? – Felipe engasgou.

- Isso mesmo, papai, dois de uma vez!

Felipe ficou pálido e colocou a mão no peito.

- O senhor está bem?

- Não, meu coração parou aqui, eu tô passando mal! - Felipe começou a suar frio, a médica segurou um sorriso ao socorrê-lo.

- Amor, não vai dar um treco, por favor! – Manuela se preocupou.

Felipe respirava forte, ainda com a mão no peito.

- Eu estou com falta de ar!

- Respira, vou buscar um copo de água! – A médica se levantou.

- Aproveita e joga bem na cara dele! – Manuela dizia constrangida.

A médica se retirou gargalhando.

- Amor, para com isso por favor, você está me assustando!

A médica voltou com a água e entregou a Felipe.

- Se acalma, papai, mal começamos!

Felipe sorria sem graça, tomando a água com as mãos trêmulas, quando a médica retomou o exame. Manuela chorava silenciosamente, constrangida com a reação dele. Mais calmo, ele se inclinou para ver as imagens mais de perto e segurou a mão de Manuela.

-Vejam só, são gêmeos bivitelinos, ou seja, cada um possui sua placenta e não serão idênticos! – A doutora explicou.

- Eu não estou acreditando! – Manuela sorriu.

- Você tem gêmeos na família, Manuela?

- Não sei muita coisa da minha família, não sei...

A médica colocou o som dos corações e a emoção foi instantânea, Felipe não conteve o choro e logo após o susto inicial, um largo sorriso tomou conta de seu rosto, e assim que saíram da clínica ele fez questão de ir direto para a casa de sua avó dar a notícia.

- Gêmeos? – Carmen sorriu levando a mão no peito. - Como pode Felipe?

- Ai meu Deus, dois sobrinhos de uma vez! – Fernanda festejou.

- Amor, se um deles for menina, eu gostaria de dar o nome da minha mãe. – Felipe disse com um olhar emocionado.

- Helena? – Manuela sorriu. - Tudo bem, gostei!

Carmen e Fernanda se emocionaram.

- Posso te dar um abraço, Manu? – Fernanda disse sem jeito.

Manuela concordou abrindo os braços.

O destino dita as regras IV - Amor eternoOnde histórias criam vida. Descubra agora