CAPÍTULO 4

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HÁ ALGUMAS SEMANAS

Duas semanas tinham se passado desde o torneio de jogos. Duas semanas em que meus pensamentos estavam mais confusos do que nunca. Eu simplesmente não conseguia para de pensar, de lembrar aquelas palavras. O olhar suplicante dele, como se sua vida estivesse baseada na minha resposta. Baseada em ficar ou não com ele. Que ridículo! Ele, por fazer aquela performance toda e eu, por permitir que meu cérebro continuasse a voltar sempre nesse ao assunto.

Naquela mesma tarde contei a Lindsay tudo o que havia ocorrido. E ela, claro, também havia relatado tudo nos mínimos detalhes o que havia se passado dentro daquele vestiário. Arrg! Tinha sido muita informação. Mas como uma boa amiga e boa ouvinte que sou, escutei.

Mas quem poderia dizer, Paul e Lindsay juntos. Ambos não tinham muito em comum. Conhecendo Lindsay como eu a conhecia, Paul não era o tipo dela. Em nada. Nem em perfil, personalidade e nem fisicamente. Lindsay gostava de caras fortes, atléticos e com alguma popularidade. Paul era um tanto introvertido porem engraçado. E seu tipo físico era completamente oposto. Nada atraente. Então acho que o ditado deve estar certo de alguma forma. Realmente os opostos se atraiam. Surpresa era Lindsay não ter comentado nada sobre a suposta e secreta quedinha por ele. Mas como ela mesmo relatou, nem mesmo ela sabia que essa atração existia até ele ir falar com ela. Esse ato de coragem que Paul teve despertou em Lindsay a vontade de quer beija – lo. Então tudo aconteceu. Muito rápido, muito confuso e super estranho.

Depois daquele dia, eles se viam quase que todos os dias. Ele aparecia no final de cada aula para encontrar com ela. E quando não conseguiam se ver, ficavam trocando mensagens de textos melosas por horas. Lindsay estava em estado de ecstasy. Se ela quisesse ela poderia muito bem sair pairando pelo ar tamanha era a paixonite que a tinha dominado.

Por sua vez o restante das meninas achava que aquilo poderia significar alguma coisa. Como um novo ciclo em nossas vidas. Como se o universo estivesse se abrindo para nos. O que na concepção delas queria dizer que cada uma de nos encontraria e viveria o seu primeiro amor verdadeiro. Quando eu ouvi isso, eu tive que conter o riso, por que bem, segundo Jesse e Meghan elas acreditavam nisso. E eu não queria ser do contra. Mas era absurdo e hilário.

- Vamos ao cinema quinta à noite? – Perguntou Jesse com o marcador na mão pronta para destacar todo um parágrafo sobre a revolução francesa.

Meghan e Lindsay responderam sim com um aceno de cabeça.

- É dia de semana. – disse. – Isso não vai atrapalhar seu cronograma?

- Não. – respondeu sem tirar os olhos do caderno – se sou eu quem está propondo. E depois eu não teria perguntado se eu não já tivesse posto isso na minha agenda.

- Claro! Que cabeça a minha. – disse dando um leve tapinha na minha testa.

- Lindsay – chamou Jesse – é somente nos. Nada de meninos.

- Mas e o Paul? – perguntou com uma carinha triste.

- Vocês se veem praticamente todos os dias. E nas quartas fiquei sabendo que ele vai a sua casa. E como não estamos mais ensaiando por causa da Hayley, a gente quase não se vê mais.

- Mas a gente se vê todos os dias. – Lindsay colocando um adesivo de estrelinha dourada na margem superior do caderno.

- Na aula. – disse Jesse vendo a cena – Isso não conta. Quinta as 19:30 cinema. Nada de garotos e muita pipoca e comedia romântica. – Encerrando o assunto.

- A culpa agora é minha vocês terem parado de treinar e a gente não se ver? – perguntei a elas.

- Bem, a gente não podia continuar sem você. – Disse Meghan tentando me defender.

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