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Eu estava parecendo uma perseguidora.

Já fazia três dias que eu estava procurando o garoto que havia me ajudado, mas não o vi em nenhum lugar.

No dia seguindo dele ter me dado aquela barrinha de cereal, o procurei na biblioteca, refeitório, secretaria e até mesmo em algumas salas.

Não o procurava tão obviamente, mas sempre que podia dava uma leve olhada para todas as direções possíveis a procura dele.

A verdade é que eu queria agradecer, eu nunca havia recebido ajuda de alguém totalmente desconhecido, e gostei da atitude dele de me ajudar.

Eu sou uma estranha, ele poderia ter feito como todos os outros da biblioteca e me ignorada e voltado a ler seu livro. Mas ele não o fez.

E isso ta me deixando maluca.

Talvez eu só esteva fazendo uma tempestade no copo d'água.

— Aí meu Deus! Você tá me deixando maluca! — Natasha bufa, passando a mão pelo rosto.

— O que foi? — perguntei, me escorando no capô do carro da minha mãe.

Natasha suspirou alto e se escorou no carro também, ao meu lado.

— Você! Tá parecendo uma maluca que fica olhando para todos os lados! — resmungou. — Tá sendo procurada pela CIA por acaso?

Coço a sobrancelha, desconfortável.

Não havia contado para Natasha. Ela me acharia estúpida por ficar atrás de um desconhecido apenas para agradecer e para ser sincera estava começando a me achar uma.

— Não é nada.

Desvio os olhos de Natasha quando ela começa a me olhar muito intensamente.

Estava prestes a começar a suar frio.

— Ok, não precisa me contar — fala, erguendo as mãos nas defensiva.

Volto a olhar para ela.

— Não tenho nada pra te contar — disse ríspida.

A morena ficou em silêncio. Quando estava prestes a abrir a boca e pedir desculpa, ouvimos o som do seu ônibus. Natasha mirou os olhos puxados em mim e depois desvio para o automóvel amarelo.

— Tchau, Paige.

Abri a boca mas nada saiu, apenas a vi se distanciar e entrar no ônibus.

Me afastei do carro e cocei a cabeça nervosa.

— Porra — soprei irritada, indo até a porta do motorista.

Mas então eu parei.

Parei porque, saindo de um carro e entrando no colégio, estava o garoto que eu estava procurando como uma psicopata.

•••

oiiii, eu espero que vcs — quase ninguém, *carinha triste* — estejam gostando <3333

Before the StormOnde histórias criam vida. Descubra agora