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Acordei por volta das sete por conta do sol que entrava pelas cortinas e janela abertas — que esqueci de fechar na noite passada. Como dizia na previsão do tempo na TV ontem à noite, o dia estava mesmo ensolarado e muito quente.

Por conta da estranha ansiedade não consegui pegar no sono de volta, depois de ter fechado as cortinas, então resolvi tomar um banho gelado e começar o dia.

Depois do banho, fui para o andar de baixo em busca de algo para comer, fiz dois pães com creme de amendoim e geleia e aproveitei para lavar a louça da janta de ontem — que foi espaguete, a especialidade do papai.

Fiquei o resto das horas no meu quarto escutando musica, arrumando minha bolsa que eu levaria para a piscina e só desci quando minha irmã, Poppy, de 13 anos me gritou e socou quatro vezes a porta do meu quarto — eu contei. Após o almoço teve uma pequena briga sobre quem lavaria a louça, mas não durou muito já que eu falei para mamãe que havia lavado a da noite passada então ficou para meus irmãos.

Encostei a porta do meu quarto, deixei minha bolsa ao lado da cama no chão e as roupas que eu usaria na cama ainda bagunça. Não demoraria muito para mamãe aparecer gritando e pedindo para eu arruma-la.

Meu notebook ligado na minha escrivaninha faz um barulho de chamada de Skype e eu não deixo de abrir um sorriso ao ver o nome de Corey na tela.

Sento na cadeira de madeira e puxo minha perna para cima, me deixando confortável enquanto atendo a ligação por vídeo.

Assim que atendo a imagem do meu irmão mais velho aparece, os cabelos castanhos igual do papai bagunçados, os olhos cinzas brilham e os lábios carregam um sorriso bonito.

Meu irmão é um gato.

Talvez seja estranho de se pensar, mas ele não deixa de ser um gato.

— Ei, lembrou que tem família? — brinco, vendo seus olhos rolarem antes dele erguer o dedo do meio. Consigo ver seu quarto bagunçado no fundo e não seguro a careta. — Você continua um porco, não é? Quando vai amadurecer?

É assim que me atende depois de quase um mês? — Corey se diverti, mesmo estando sério. Seu dedo aponta para um lugar atrás de mim. — E você é uma hipócrita, maninha. Ainda não aprendeu a arrumar a cama?

Sorriu falso para ele, fazendo-o abrir um sorriso verdadeiro.

Os olhos de Corey se estreitam com confusão quando ele nota as bolinhas prateadas na minha sobrancelha, por isso não deixei de sorrir.

Porra! Isso é um piercing? — esbravejou, animado. — Quando a mamãe deixou você colocar um piercing?

Toquei o metal gelado e prateado com os dedos de leve, sentindo a pele ainda dolorida.

— Foi escondido.

Os olhos do meu irmão se arregalam.

Cacete! Quando você se tornou tão rebelde, Paige? — ele riu, se divertindo com a situação. — Não vai me dizer que tem uma tatuagem também.

Revirei os olhos, abraçando minha perna na cadeira.

— Isso eu não tenho.

Ele riu, fazendo meu peito esquentar. Gostava de vê-lo sorrir.

Estou com saudade.

Suspiro sentindo, em seguida, meu peito se apertar com o mesmo sentimento.

— Eu também — sopro, desviando brevemente meus olhos para a agenda aberta na minha mesa. — Logan usou você para escapar da bronca que tomaria quando eu descobrisse que ele sujou minha única calça branca com tinta vermelha — compartilho com o garoto, ouvindo sua risada em seguida.

Before the StormOnde histórias criam vida. Descubra agora