Toque| Mattheo Riddle

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Cresci em uma família onde o contato físico nunca foi incentivado, e tive o azar de ter o toque como demonstração de afeto, odeio ser tocada por pessoas que eu não amo de alguma maneira.

Foi assim que eu começei a prestar atenção em Mattheo.
Ele sempre arrumava um jeito de me tocar, ou de ser tocado por mim, andar do meu lado nos corredores, dançar comigo nas festas, me pedir pra fazer o nó da sua gravata todos os dias mesmo que ele provávelmente saiba fazer isso
Mas não me incomodava.
O toque dele sempre me agradou, desde o primeiro dia no trem quando ele me cumprimentou com um aperto de mão, é como se minha pele fosse gelada e somente o toque dele fosse capaz de aquece-la.

As coisas tomaram proporções maiores recentemente, quando em uma das aulas de DCAT o Olho-Tonto resolveu que seria uma boa ideia mostrar as maldições imperdoáveis em sala, e quando aquela aranha chiou de dor com o crucio, eu senti minhas veias virando gelo. Meu contato com aquele feitiço em específico não era nada bom, mordi o interior da minha boca com força, tentando controlar a respiração.

E de repente, senti dedos quentes envolverem minha coxa esquerda, olhei pro lado e lá estava Mattheo, olhando pra frente, com uma mão apoiada no queixo e a outra na minha perna. O calor de sua mão irradiou pelo meu corpo e aos poucos o nó do meu estômago se afrouxou, seu polegar fazia pequenos círculos na minha pele, e senti meu coração aquecer, sua mão permaneceu ali até o fim daquela aula.

Algumas Semanas depois

Estava no meu quarto lendo um livro, os meninos estavam em seus compromissos e eu estava sozinha. Quando ouço o barulho de porta abrindo e um Mattheo cheio de sangue entra pela porta, eu fecho meu livro e vou em sua direção

- Outra briga Mattheo?
Disse olhando o lado esquedo do seu rosto que estava roxo, ele sorriu
- Eu vou ficar bem Sn, pode continuar a ler o seu livro
Eu balanço a cabeça pegando a caixa de medicamentos
- Senta ai eu vou curar esses machucados

Ele deu um suspiro e se sentou na cama, eu peguei um algodão, limpando a ferida, ele nem se mexeu, está acostumado a limpar machucados.
Assim que terminei de limpar peguei minha varinha para fazer um feitiço de cura, e logo sua pele morena estava cicatrizada , no impulso coloquei a mãos em seu rosto.

Seus olhos castanhos encontraram os meus, e esqueci todo o mundo ao meu redor. Cuidadosamente ele pegou a minha mão, beijando a ponta dos meus dedos em um gesto lento, sem tirar os olhos dos meus, o calor dos seus lábios me fez arrepiar, ele beijou a palma da minha mão, depois meu pulso e sem pensar colei nossos lábios.

O beijo não foi profundo, só um selinho demorado, me afastei, sentindo minhas bochechas corarem, ele me olhou surpreso e antes que eu pudesse dizer alguma coisa suas mãos envolveram o meu rosto e ele me puxou para um beijo, dessa vez profundo
Sentir o gosto dos seus lábios era uma necessidade que eu nem sabia que tinha.

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