Uma Criança de Outro Mundo

Cap 16- O passado não é esquecido- Parte IV

Jade olhou para a enorme mansão feita de madeira e galhos, ligada a uma enorme árvore mais antiga que a própria floresta.

Essa mulher tinha se tornado cruel para o mundo lá fora, mas para esse mundo, seu mundo...

"Senhorita Jade! Que bom que voltou", saldou uma fadinha do tamanho de um dedo mindinho, rodopiando como um mosquito envolta de Jade.

A mulher de cabelos vermelho olhou para a mini fadinha – rose – abrindo um lindo sorriso caloroso, cumprimentando de volta.

"Rose, bom dia. Poderia dizer onde minha mãe está?"

A fadinha pousou na palma da mão que Jade havia erguido para ela, dizendo o mais alto que pode para que sua senhora ouvisse:

"Sua mãe está no santuário, meditando no lago prateado"

Jade sorriu novamente em agradecimento e foi encontrar sua mãe.

O santuário ficava dentro daquela enorme árvore, um lugar mais lindo e magico que a própria floresta, no centro, um lago de pura magia. O Lago Prateado, usado para repor as energias e fortalecer a magia.

Jade lembrava bem da primeira vez que entrou naquele lago, foi logo após ter chegado na florestas – em pedaços. Tudo que sentiu naquela hora foi paz, sentiu sua magia se multiplicar e se expandir.

A árvore tinha um enorme buraco no tronco, permitindo a passagem de pelo menos 10 pessoas adultas de uma vez. Antes de entrar, Jade olhou para o céu, visualizando sua besta mágica. A ave pousou no braço da mulher, esticando as asas – asas que estavam cobertas de sangue, assim como o bico e as garras – com um estralar de dedos a ave sumiu.

Jade adentrou o local, ainda deslumbrada com a beleza sem igual do local, nunca se acostumaria com aquilo.

Cristais de diversas cores nasciam do chão e teto, a grama macia sobre os pés cheirava tão bem quanto as tortas de sua mãe, assim como as flores cintilantes.

No meio do lago havia uma rocha imensa, era onde sua mãe devia estar sentada.

Jade olhou ao redor, não ousando emitir nenhum barulho, não queria perturbar mais que o necessário.

"Jade, o que à trás aqui?", perguntou sua mãe, saindo das sombras.

"Desculpe se perturbei"

A mulher negou com um balançar de cabeça, fazendo os belos cabelos se mexerem:

"Começarei agora. Ficarei um bom tempo aqui, então cuide da floresta por mim"

Os lábios se contraíram, Jade encarou a mãe.

"Sei no que está pensando filha, e a resposta é não"

"Mas mãe..."

Sua mãe adquiriu um olhar severo ao falar:

"Você não pode sair dessa floresta e enfrentar Alay sozinha. Fique. E. Proteja. A. Floresta", a mulher deu destaque a cada palavra, enfatizando sua ordem.

Jade abaixou o olhar em entendimento.

A mulher suavizou a expressão.

"Jade, tudo aquilo que desejar, será fácil de conquistar", disse, passando os dedos sobre o cabelo da filha, "Apenas seja paciente, seu dia chegará"

"Entendi", murmurou. A voz saiu tão fraca que nem ela mesmo conseguiu ouvir.

Sua mãe á dispensou com um gesto de mão, e a garota saiu com a cabeça baixa, inconformada.