13: "I don't mind"

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Billie e eu passamos toda a sexta-feira como combinamos. Deitadas, aproveitando de nós duas, assistindo filmes, comendo pipoca. Não teve nada sexual no nosso dia, afinal Billie ainda estava fragilizada e eu não queria me aproveitar do momento. Sendo assim, eu me contive.

Me contive na manhã, com seus olhares em mim, me contive quando ela foi para o banho, reclamando do calor e entrou no quarto completamente nua.

Minha vontade era de desligar o botãozinho da sanidade e fazer o que ela tanto queria. Mas ainda tinha um lado sensato meu, que dizia que ela provavelmente só queria cobrir seus sentimentos com sexo.

De tanto ignorar suas investidas, ela desistiu. E passamos toda a tarde em um clima confortável, ignorando o mundo fora do meu apartamento.

Hoje, no entanto. No dia seguinte a nossa maravilhosa sexta-feira, sua vida teria que voltar ao normal, e consequentemente, a minha.

Bem... Quase.

Parei meu carro em frente a sua casa, ela respirou fundo, antes de se levantar e ir até a porta. Eu prometi que passaria esse dia com ela também, caso alguém tentasse algo. Ela faria suas coisas, seus trabalhos, suas ligações, e eu ficaria ali, do seu lado. Como um cão de guarda.

Tranquei a porta do carro, vendo ela na entrada, esperando por mim. Assim que entramos, seu celular tocou estridente.

— É minha mãe — Billie murmurou, demorando um pouco para atender.

— Eu vou... — tentei dizer que iria dar espaço para as duas conversarem, apontando em direção a cozinha, mas Billie me interrompeu.

— Não precisa, não irei atender — ela jogou o celular no sofá — Eu vou fazer alguma coisa para a gente comer, quer panqueca? — respondi com um "Sim" alto, ouvindo mais uma vez seu celular tocar.

Eu sabia que Billie não poderia ignorar a mãe dela para sempre, e isso me deixava com medo.

Nunca vi Maggie Baird zangada, e muito menos queria.

...

Ela estava tentando.

Eu sei que Billie estava tentando se concentrar para fazer um bom trabalho, mas a cada segundo que se passava e a cada traço que ela fazia no caderno a sua frente, ela rasgava e começava de novo.

Era um looping infinito.

E lá estava ela, mais uma vez batucando o lápis na enorme folha de papel, com uma feição pensativa.

— Billie... Tudo bem? — perguntei, vendo ela deitar com a cabeça no enorme tablet a sua frente.

— Não consigo me concentrar — ela soltou um grunhido alto.

Billie ficou um tempo olhando para mim, depois se levantou. A segui, vendo ela ir até o quarto que ficava sempre trancado, ela foi em direção ao macbook, usado nas lives. Fui até ela, curiosa para saber seus próximos caminhos. Ela ligou o wi-fi, acessando o perfil tão conhecido por mim.

Não prestei atenção no que ela fez a seguir, mas poderia imaginar.

— Pronto! A Pirate. A Pirate camgirl que fazia vídeos se masturbando por dinheiro, por pura luxúria não existe mais — lá no fundo eu sentia que ela estava abalada.

Seu corpo tremia um pouco, como se estivesse com frio, e sua respiração estava acelerada.

É claro que ela estava abalada. Mesmo que reclamasse e mesmo que existissem tantos contras, Billie gostava de fazer as lives, gostava da atenção, de ser amada, adorada.

Agora... Tudo isso acabou.

— Bill, vem cá, baby... — estendi a mão para ela.

— Acabou — Ela me interrompeu — E eu não quero mais nada relacionado a Pirate aqui — ela foi até o pequeno armário ali, jogando algumas lingeries na cama — Vou jogar tudo. Tudo. Fora — Billie pegou uma caixa, que eu imaginei ter seus brinquedos sexuais.

ONLYFANS •Billie Eilish• |G!p| ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora