CAPÍTULO 21

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Dulce Maria

Vim a escola de Eduardo xingando mentalmente o motorista de lá até aqui, pois dirigia feito uma tartaruga, eu estava preocupada e rezava para não ser nada demais

Dulce – Se for pra dirigir igual uma lesma, da próxima vez dirige uma carroça e não o carro

Saí do Uber nervosa, batendo a porta do carro e corri para a escola. Fui atendida por Maria, uma das funcionárias que já me conhecia

Maria – Dona Dulce, a Márcia está te esperando lá na sala da direção

Dulce – Ok Maria, cadê o Eduardo?

Maria – Está com ela, venha, vou te levar até lá

Maria me levou até sala de Márcia mas durante o caminho eu percebi que a escola estava toda enfeitada e nas paredes haviam vários desenhos colados, pelo que percebi as crianças estavam desenhando suas famílias.

Maria – Márcia, Dulce Maria está aqui – Apontou para mim

Márcia – Pode entrar, Dulce e fique a vontade – Apontando para a cadeira

Maria saiu mas eu não me sentei pois logo que entrei vi Eduardo sentado em um canto, estava choroso e havia em um corte em seu braço e na testa

Dulce – O QUE ACONTECEU AQUI? O QUE VOCÊS FIZERAM COM O EDUARDO? – Gritei

Márcia – Acalme – se Dulce, sente – se por favor!

Dulce – ME ACALMAR COMO? O EDUARDO ESTÁ MACHUCADO! QUEM BATEU NELE? VOCÊS BATERAM NELE ? – Ainda gritando

Márcia – Dulce Maria, peço que acalme – se e se sente por favor! – Autoritária – A escola nunca bateria em uma criança. Se você se acalmar eu vou poder explicar o que aconteceu

Agora um choro fininho ecoava pela sala, Henrique havia se assustado com o meu surto fora do normal, acho que até eu me assustaria. Tratei de acalmar ele e me sentei na cadeira em que Márcia dizia para eu sentar. Eu nunca fui a pessoa mais sentimental, na escola sempre me chamavam de coração de pedra por não chorar por nada, podiam me bater que eu não chorava, aliás eu batia o dobro de volta, mas não me sentia bem ao ver a carinha chorosa de Eduardo me olhando.

Márcia – Edu, venha se sentar ao lado dela, pode vim

Eduardo – Tá bom tia Márcia

Eduardo limpou o seu rostinho e se sentou na cadeira ao meu lado

Dulce – Fale logo o que aconteceu aqui por favor, quero levar as crianças para casa

Márcia – Dulce, Eduardo brigou na escola

Dulce – Como assim? Porque?

Desde que comecei a cuidar deles sempre vi Eduardo como uma criança calma e amorosa feito mel, confesso que as vezes me incomoda o fato de eu ver o quanto ele está se apegando a mim, então nunca imaginei que ele seria de brigar na escola

Márcia – Domingo será dia das mães, a professora deu a eles como dever desenhar suas mamães pois o desenho seria anexado junto ao presentinho que compramos.

Enquanto ela explicava a minha ficha caia de que Domingo era dia das mães e que eles não tinham mãe e que eu não fazia idéia do que tinha acontecido com elas.

Márcia – Teve um momento em que a professora pediu para eles falarem sobre o desenho e sobre suas mamães, Eduardo disse que não tinha desenhado a mamãe dele porque ele não tem mais mamãe, disse que tinha desenhado você, a babá dele. Um dos meninos começou a zombar dele, dizendo que ele não tinha mãe e por isso os dois brigaram.

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