CAPÍTULO 64

694 96 79
                                    


Dulce Maria

Para que ninguém notasse minha saída com as malas, joguei elas pela janela que cairam na grama fofa do jardim, e eu desci por uma trança feita de lençol no qual chamavam antigamente de Tereza. Apesar de saber que Christopher não sairia daquele escritório por nada nesse mundo ainda assim não queria correr o risco da mãe dele, a Antonella ou até as crianças me verem com a mala pois desconfiariam, questionariam e com certeza não me deixariam ir embora

Alfonso – Para você estar saindo pela janela dessa maneira parecendo um ladrão da banca de frutas, é porque o caso é bastante sério! – Se aproximou, me ajudando a terminar de descer

Mas ao notar meu rosto vermelho e com maquiagem borrada, Poncho logo percebeu que era um caso sério e que não era brincadeira alguma

Alfonso – Eita Dulce, me desculpe! Achei que fosse briga boba, mas pelo jeito não foi algo tão bobo assim, vem me deixa levar essas malas

Dulce – Vamos logo Poncho, eu te explico tudo mas vamos logo embora dessa casa antes que alguém me veja e seja pior ainda

Poncho não me fez mais pergunta alguma e me ajudou a carregar algumas malas para o carro, deixei apenas o bilhete ao qual me despedia de Christopher e a magoa que ficou por ele preferir ela, nunca pude imaginar que Fuzz seria a mãe das crianças

Falando em crianças, eu vou sentir tanto a falta desses pestinhas que com um sorriso melhoravam meus dias em 99%

Chegando ao carro Poncho deu a partida e me encheu de perguntas, quase me atropelando com tamanha curiosidade

Alfonso – O que aconteceu Dulce? Porque saiu pela janela? Christopher te fez alguma coisa? Ele te encostou ou te forçou a fazer algo? Porque se ele fez, eu vou lá e esqueço que ele é famoso e o deixo com o olho mais roxo que uma berinjela – Falou apertando o volante com força

Dulce – Não Poncho, Christopher jamais me faria algo assim! Ele nasceu idiota, mas não encostaria as mãos em mim

Alfonso – Vamos para minha casa? Anahí está lá, ela queria vir comigo, mas quando disse que você ligou chorando ela começou chorar também e então não entendi nada

Dulce – Nossa, ela deve estar pensando que eu já contei, mas nem deu tempo, alias acredito que eu não vá falar nada, mas não quero ficar lá Poncho

Alfonso – Para onde então?

Dulce – Na verdade eu queria ficar lá na casa que você ganhou do seus pais quando fez 18 anos, lembra?

Alfonso – Mas Dulce, fica a quase 2 horas de distância de onde moramos

Dulce – Quanto mais longe melhor Poncho – Falei abaixando a cabeça e enxugando algumas lágrimas que insistiam em cair

Alfonso – Mas então irei com você, vamos passar lá em casa e irei pegar algumas peças de roupas e passarei esses 2 dias com você

Dulce – Não precisa Poncho, eu me viro! Só peço que me leve até lá e me empreste a casa por alguns meses

Alfonso – Meses? Dulce, deve ter sido algo de muito sério para que você queira se esconder assim e seus pais?

Dulce – Ligarei para eles depois, mas anda logo, vamos lá pegar as chaves da casa

Alfonso – Dulce qual parte de "não irei deixar você passando por esse momento sozinha" você não entendeu?

Dulce – Não é preciso Poncho, Anahí precisará mais de você! Pode acreditar

Seguimos o caminho inteiro quietos, ouvindo apenas o som do rádio no qual Poncho havia ligado.

Chegamos na casa de Poncho e Anahí veio me abraçando com os olhinhos cheios d'água

Lance ( Im ) PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora