°CAP° XXXVII

4K 347 58
                                    

🌑
Lua

Abri meus olhos, e eu estava no hospital. Quê?

Olhei para o lado e vi Louis sentado mexendo no celular, tentei levantar, e senti uma dor fina muito grande perto da barriga.

Gemi de dor e isso chamou a atenção de Louis para mim. Ele desligou o celular, e se aproximou.

Lua:Onde eu tô?ㅡ perguntei ficando imóvel, para a dor parar.

Louis:No hospital, você teve sangramento durante o caminho.ㅡ falou irritado ㅡ Quase perdeu o filho.

Arqueei uma sobrancelha sem saber do que ele estava falando.

Lua: Do que você está falando?

Thomas: Que eu vou ser avô, olha que maravilha!ㅡ entrou no quarto junto com um mulherㅡ Parece que pegamos um baú cheio de ouro, uma pena que você agora tenha que ficar em repouso.ㅡ usou o tom de deboche, me irritando.

Eu não estava entendendo nada, e nem me esforcei para entender, eu estava com muito ânsia. Parecia que uma trator havia me atropelado.

Thomas: Vamos levá-la para o lugar combinado, aqui estamos frágeis.

Louis assentiu e a mulher se aproximou com uma vacina nas mãos.

Louis: Ainda bem que é calminha, lembre-se que você vai ter que cooperar, ou o bebê morre.

Eu não falei nada, apenas fiquei quieta até a vacina fazer efeito.

Agora eu estava dentro de um quarto, grande, com cortinas enormes, e uma cama só para mim. Eu havia sido sequestrada, e estava sendo bem tratada?

Thomas conversou comigo bem pouco, mas pelo o que entendi, ele sentia interesse na criança, o que me preocupou.

Eu não podia me estressar, e quando tentava levantar, eu sentia um dor muito forte. Então para manter o meu filho seguro, fiquei deitada perdida em meus pensamentos.

Tinha uma mulher mal humorada que me olhava sempre, e tentava ver se o bebê estava bem. Eu achei estranho, todos estavam "preocupados" com isso.

Eu não sabia na real como reagir, uma gravidez nunca se passou pela minha mente, mas foi o que me salvou agora.

Eu tentava não pensar em Henrique, o que eu mais queria era gritar com ele e perguntar o porquê de tantas mentiras. A decepção tomou conta de mim, e eu quis chorar, mas pensei antes na criança.

Se Henrique vier me buscar, eu não sei o que vai ser da minha vida. Não quero conviver com um homem que não me passa confiança, mas tem a criança.

Eu precisava completar esse ano de estudo, e tudo foi ladeira abaixo. Não estou feliz pela gravidez, óbvio, mas tenho que ter responsabilidade.

Não me protegi, e deixei tudo nas mãos da sorte... Olha no que deu.

A porta foi aberta, e Louis entrou com uma bandeja na mão. Eu não gostava dele, mas Louis tentava me agradar; Ordens do Thomas.

Louis: Toma, pode ficar sem comer muito tempo não.ㅡ me mostrou uma vitamina, e do lado sanduíche.

Eu estava morta de fome, então não neguei pegando  o lanche. Por mais que as coisas não estivessem boas para o meu lado, era bom pensar duas vezes antes de dar a louca.

Nem me preocupava mais, minha vida estava uma merda... Apenas pelo o meu filho, que eu pensava.

Louis: Tu tem muita sorte.ㅡ comentou se sentando ao meu lado ㅡ Thomas queria te fazer comer o pão que o diabo amassou, e do nada essa gravidez. Ele se amarrou na ideia de ter um neto, herdeiro de tudo.

Não quero que meu filho nasça nesse meio.

Permaneci quieta comendo.

Louis: Tu é muito linda, tá ligada né?ㅡ falou me fazendo parar de mastigar e olhar para ele ㅡ Bem, termina aí que depois eu volto pra limpar.

Levantou e saiu. Louis podia ser legal agora, mas ele foi extremamente falso.

Terminei a minha comida, e coloquei o lixo na mesinha. Uma moça veio para me ajudar à ir no banheiro, e escovar os dentes.

Tomei meus remédios e voltei para aquela cama ridiculamente chata.

____

Assim que acordei, já tinha gente no meu pé para tomar banho e fazer as coisas. Eu não aguentava ficar aqui presa, tinha nem noção do tempo lá fora, ou de onde estávamos.

Confesso que bateu mó saudades do Henrique, e o quanto ele deve estar preocupado. Por um segundo, lembrei de Emma.

Thomas tinha o propósito de matá-la, será que ele a matou?! E Luísa?? Ela foi baleada!

Me sentei na cama e a moça veio até mim.

ㅡ A senhorita precisa se deitar.ㅡ neguei com a cabeça suspirando ㅡ Por favor, ficar fazendo esforço não é bom para o bebê.

Lua: Eu estou de quantos meses?

ㅡ Quase quatro. A senhorita é bem magrinha, quase que não vê, mas já tem uma ondinha aí.

Sorri fraco e passei a mão na barriga. Seria a gestação mais chata, sem o pau do meu filho aqui, e ainda quieta, com as pessoas me prendendo o dia todo nesse quarto.

O Segredo ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora