°CAP° XXXIX

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🌑

°Maratona 2/3°

Lua

Quase seis meses de gestação, era um menino. Thomas surtou de felicidade, e eu não demonstrei muita emoção, pois eu sabia que ele iria arrancar meu filho de mim.

Ele mesmo havia dito, que assim que a criança nascesse, eu poderia me considerar morta.

Isso fazia com que cada dia fosse mais e mais torturante.

Minha barriga estava grandinha, e todas as noites eu chorava feito criança. Como estão as coisas lá sem mim? Henrique havia desistido?

Hoje pela tarde, chegaram homens com muitas mercadorias, vi isso pela janela, mas fui repreendida por Louis.

Passei a mão pela a minha barriga, sentindo ele chutar. Sorri fraco, e a moça chegou perto pedindo para que eu estendesse o braço.

Todo dia isso; Eles me enchiam de medicamentos para ficar grogue, e calma. Eu dormia quase metade do dia inteiro, com o cu lotado de remédio.

Louis tentou algumas gracinha comigo durante esse tempo, mas sem sucesso... Ele não era louco!

ㅡ Já está na hora de dormir.ㅡ Falou terminando de passar o algodão pelo lugar perfurado.

Eu mal podia falar, minha lingua embolava, parecia que eu estava bêbada... Mas era só o efeito da vacina.

Me ajeitei na cama, e fechei os olhos fingindo ir dormir.

Ela saiu do quarto, desligando tudo, e me deixando na escuridão. Fiquei aqui conversando com Lucca, esse era o meu passatempo.  Quando não era isso, era falando com minha mãe.

Embora eu não pudesse ver a lua daqui, eu imaginava ela, e apertava o meu colar.

Lua: Oi filho...ㅡ Sussurrei ㅡ Mamãe tá cansada, acho que não vou ficar muito tempo conversando.

Por incrível que pareça, ele chutava, como resposta. Sorri de lado e suspirei tentando ir dormir.

No meio da madrugada, escutei ruídos lá fora. Aqui no meu quarto, tinha meio que um isolamento acústico, o que impedia que eu escutasse muito, ou que as outras pessoas do lado de fora me escutassem.

Me atrevi à levantar devagar para não cair, e complicar, e fui me aproximando da porta, escutando "pipocos".

Foram horas assim, até eu escutar passos se aproximando. A porta foi aberta, e a luz acessa.

Arregalei os olhos vendo Henrique de pé, ele olhou para a minha barriga, e seus olhos marejaram.

Henrique correu até mim me abraçando forte.

Deixei as lágrimas escorrerem pelo o meus rosto, ele se afastou e colocou a mão na minha barriga.

Lua: Lucca.ㅡ sussurrei, pois os soluços não me deixavam falar.

Ele ficou em silêncio, e seus olhos se encheram de lágrimas mais ainda. Henrique me abraçou mais uma vez beijando a minha cabeça.

Henrique: Eu pensei que estivesse morta...

Engoli em seco, sentindo minha barriga doer.

Arregalei os olhos e ele me olhou assustado.

Lua: É uma gravidez de risco Henrique, eu...ㅡ me curvei de dor e ele me pegou no colo rapidamente.

Puta merda, eu não posso perder o meu filho! Mais homens chegaram em um helicóptero, e só se escutava tiros.

Deitei a minha cabeça no peito de Henrique, fechando os olhos e colocando a mão na barriga.

Eu me contorcia de dor à cada contração, até chegar no hospital.

Chegando lá, eles me atenderam, e eu mal vi nada.

Quando recuperei a minha consciência, Henrique e um homem entraram na sala com um médico.

ㅡ Foi apenas um susto, mas eu peço o máximo de repouso possível... Outro desse, e você perde o bebê.

Estremeci.

Henrique: Obrigado doutor.ㅡ ele assentiu e saiu ㅡ Esse é Charles.

Apresentou o homem que me olhou melancólico. Eu senti que ele queria me dizer algo,, mas ficou quieto.

Charles: Eu vou deixar vocês à sós, a garota precisa desacansar.ㅡ bateu de leve no ombro de Henriqueㅡ Cuida dela.

Assim que ele saiu Henrique me olhou e sorriu fraco, passou a mão pela barriga. Essa foi a melhor sensação, eu ainda estava chateada com ele, mas não quero brigar agora.

Henrique: Todos morreram, agora estamos em paz.

Lua: Eu sinto muito por Thomas.

Ele ficou em silêncio e beijou Lucca de leve, com um sorriso bobo no rosto.

Henrique: Caraca, que sentimento do caralho.ㅡ comentou e eu ri baixo ㅡ Eu vou ser pai, puta merda.

Lua: Não xinga perto dele.ㅡ falei e ele riu.

Henrique: Eu amo muito vocês...ㅡ falou baixinho, e puxou uma cadeira para pertoㅡ avisei para Ashley que estava tudo bem, ela vai vir pra cá .

Lua: Como todos estão?

Henrique: Bem.ㅡ suspirei aliviada ㅡ É... Precisamos conversar sobre Emma.

Lua: Depois Henrique, não quero me estressar.ㅡ Murmurei baixo e ele assentiu.

Eu não sei o que vai ser daqui pra frente, eu estava muito chateada com isso tudo. Eu quero um tempo pra mim, sem me envolver de cabela novamente com Henrique.

Eu o amava, mas era necessário. Vou ficar com ele pelo nosso filho agora no início, ele precisa acompanhar a gestação, e eu estou de risco, precisava de toda a ajuda.

Uma boa conversa resolveria tudo.

O Segredo ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora