Prisão

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Os tios de Kimberly haviam acabado de chegar e estavam ansiosos esperando por respostas. Assim que a viram dormindo, ficaram levemente aliviados.

Kabal tinha saído para esfriar um pouco a cabeça e quando voltou para o quarto. Viu os tios dela sentados olhando-a. Pareciam ser boas pessoas. O jeito e o semblante deles era simples. Observador do jeito que era, não percebeu nenhum traço de arrogância neles.

- Rapaz, hei! Você aí que usa esses trajes estranhos. Venha até aqui, por favor. - O tio de Kimberly o chamou.

Kabal estava receoso e fingiu não ouvir o homem chamar por seu nome, mas continuou até que fosse falar com ele.

- Pois não? O que querem de mim? - Kabal perguntou com seriedade na voz.

- Só queremos lhe agradecer por ter salvo a vida de minha sobrinha. Independente do quê ou como você seja. Nos sentimos no dever de te agradecer pessoalmente. Olha, se precisar de alguma coisa, qualquer que seja. Pode contar conosco. Você foi o único que se importou com ela. - O tio se emocionou.

- Chris tem razão, somos gratos a você. Ah, nos desculpe. Esquecemos de nos apresentar: Sou Lucile Jones Burker e esse é Christian Burker, meu marido. Você deve ser o... Desculpe, esqueci o seu nome.

- Sou Kabal, amigo de Kimberly e policial reformado de New York. Prazer em conhecê-los. - Os cumprimentou. - Olhem, ela está acordando de novo. - Kabal apontou.

Kimberly ficou muito feliz em ver seus tios ali. Depois que perdeu os pais em um acidente aéreo, quando pequena. Foram eles quem cuidaram, ampararam e deram toda educação necessária a ela.

- Acho que já devem conhecer o meu amigo ali. - Kimberly apontou para Kabal. Seus tios concordaram sorrindo. Entretanto pediram licença para deixá-los sozinhos.

- Kimberly, achei que tivesse mantido segredo sobre mim... Melhor, nós. Como advogada, sabe o quanto isso é perigoso. Por que falou para eles? - Kabal a encarou.

- E mantenho segredo ainda. Falei sobre nós, porque achei importante eles saberem. São como meus pais, nunca houveram segredos entre nós. Kabal, eles são pessoas muito simples e humildes. Pode confiar neles de olhos fechados.

- Que seja. A propósito: falou mais alguma coisa sobre nós ou disse apenas que somos "amigos"?

- É... me perdoe, mas falei a verdade.

- Puta que pariu, Kimberly! Você está afim de acabar com a minha vida mesmo.

- Eu?! Estou mais é tentando aliviar para o seu lado. Deveria era me agradecer!

Kabal bufou quando foi repreendido por Kimberly outra vez.

- Está bem, dona da razão. Eu devo lhe agradecer e você deve continuar quieta para se recuperar e poder ir para casa. Também precisa se alimentar bem, o médico me contou umas coisas que me deixaram muito preocupado.

- Então você já sabe.

- Sim, eu sei. Sei que ficava sem comer direito para agradar seu noivo. Quando disse que você estava se auto destruindo não foi porque senti ciúme de Bennie, mas sim porque me preocupei com você e sua vida. Agora entende o porquê de eu ter falado tudo o que falei? - Kabal disse e dessa vez, conseguiu mostrar tranquilidade em sua voz sem atacar Kimberly.

- Entendo, e como entendo. Prometo à você que daqui em diante me alimentarei melhor. Não ficarei por longos períodos sem comer como ficava antes.

- Preciso confessar uma coisa. - Kabal engoliu em seco, não podia mais esconder. - Antes de ir para o seu escritório, tive uma recaída e cometi mais alguns crimes. Eu juro, juro que não foi por mal. É que eu me desesperei por não ter recebido nada na minha conta e me senti pressionado para pagar seus honorários. Então roubei um rubi avaliado em 12 mil doláres, bati em um homem que resistiu em me passar a carteira e depois bati em um grupo de quatro rapazes. - Desabafou.

Perfeita Imperfeição.Onde histórias criam vida. Descubra agora