Julgamento

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A audiência de julgamento estava próxima de começar. Kabal chegou bem no horário. Estava nervoso, pois Kimberly ainda não havia chegado e ele tinha medo de que algo ruim tivesse acontecido com ela. Também estava ficando com raiva devido aos comentários maldosos de quem deveria manter o profissionalismo.

Assim que viu Kimberly chegando, se sentiu aliviado. No entanto, seu coração estava estraçalhado depois de ter lido aquele bilhete. Queria dizer coisas à ela, mas tinha receio de deixar tudo pior ainda.

- Por que demorou tanto? Estou aqui há um tempo já e ainda aturando piadinhas imbecis. - Kabal disse com reprovação.

- Demorei, pois meu carro demorou para pegar com esse frio. No entanto, acho melhor controlar seus impulsos. - Kimberly rebateu.

- Pois é... sou só eu quem faz as coisas por impulso. Não é, Jones? Por que fez aquilo? A propósito: fique com as chaves da minha casa. Vai precisar.

Kimberly estranhou aquilo, mas mesmo assim aceitou ficar com as chaves. No entanto, isso não mudava o fato dela o repreender.

- Não comece! Já te falei no bilhete o motivo que me levou a tomar essa decisão. Agora vamos, a audiência já vai começar.

Os dois estavam extremamente tensos. Kimberly procurava mostrar calma e assertividade o máximo que podia. Entretanto, com o juiz e seu ex noivo ali. Era difícil de manter a estabilidade emocional.

Kabal foi chamado para dar seu depoimento a respeito dos fatos. Por mais que se justificasse de forma convincente. O juiz não perdoava qualquer deslize.

- Certo, mas só porque sofreu um acidente de trabalho e foi afastado do cargo de policial. Isso não é motivo para entrar para a criminalidade. Tentasse outra coisa, há sempre um meio de resolver tudo. - Nathan, o juiz, falou de forma arrogante.

- Vossa excelência, como que eu iria tentar outra coisa se uso esses respiradores artificiais para me manterem vivos? Se eu tirar a minha máscara, duvido algum de vocês continuarem aqui. Eu tentei tudo o que pode imaginar e fui discriminado. Inclusive, até no meio da criminalidade. Porém, por eu ter desenvolvido habilidades sobre humanas fui aceito para fazer o trabalho sujo. - Kabal falou.

Kimberly o olhou com os olhos arregalados. Inconscientemente ele estava se entregando sem que percebesse.

- Então o senhor réu concorda com a acusação. Estou certo? - Bennie levantou-se.

- Não! Eu disse no sentido de que infelizmente fui forçado pela vida e por pessoas a fazer esse tipo de trabalho.

- Ou seja, novamente está concordando com a acusação. Vejo que o senhor juiz já pode decretar sua decisão. Afinal, o réu mesmo se entregou.

- Protesto! - Kimberly também se levantou.

Nathan aceitou só para ver quais seriam os argumentos de Kimberly.

- Como todos podem ver, Bennie está blefando. Ele está usando da fragilidade emocional de meu cliente contra ele mesmo. O que Kabal fez no passado, foi para poder sobreviver, pois como sabem. A polícia de NY se recusou a pagar o benefício de meu cliente com a justificativa de que não sabem por quanto tempo ele permanecerá vivo. O que é considerado injustificável. Também tem o fato dele estar sendo perseguido por Kira sob promessa de recompensa por Bennie.

Seu ex noivo protestou.

- Vejo que quem está blefando é você, Kimberly. Com quais provas você me acusa e acusa todas as vítimas que foram feitas por esse sujeito aí?

Kimberly ficou tensa, não conseguiu balbuciar uma palavra sequer mesmo tendo certeza dos fatos. Kabal ficou inquieto, precisava falar também, pois era ele quem estava sendo julgado e quem deveria estar se justificando. O juiz percebeu e permitiu que o réu falasse.

Perfeita Imperfeição.Onde histórias criam vida. Descubra agora