Prólogo: Lobo vs Coelho

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O sol nasceu por trás das montanhas distantes.

A luz da manhã era refletida nas folhas densas das árvores da floresta.
A grama verde brilhava no chão, dando contraste para a beleza das várias flores silvestres.

[Vup!]

Uma pequena criatura passou correndo desesperadamente, tão rápido que olhos humanos só veriam um vulto, e logo depois um segundo vulto, pertencente à uma criatura muito maior, passou correndo atrás dele.

O pobre animal que corria por sua vida era um pequeno coelho de pêlos tão brancos quanto a neve.

O corpo do coelho começou a emitir um brilho amarelo, e no mesmo instante a velocidade dele aumentou.

O lobo começou a ficar para trás rapidamente. A sobrevivência estava a frente, ele só precisaria aguentar por mais algum tempo.

O lobo emitiu uma aura púrpura por todo o corpo, e imediatamente a velocidade dele mais que triplicou.

A distância que antes estava completamente à favor do coelho começou a diminuir tão rápido que a superioridade momentânea de velocidade do pequeno animal agora não parecia mais que um sonho distante, um sonho que foi substituído pelo pesadelo horrível de presas afiadas se aproximando dele rapidamente.

O lobo pulou pra cima de sua caça, já imaginando o sabor de sua refeição, mas o coelho se esquivou no último momento ao mudar de direção, deixando apenas uma árvore para o lobo encontrar.

O tronco da árvore tremeu da base ao topo com o impacto, e o lobo foi repelido, rolando pra trás por quase dois metros antes de cair no chão choramingando.

"GRRRRRRRRR!"

O lobo se ergueu furioso e retornou à sua perseguição.
O brilho amarelo que envolvia o coelho se dissipou, e junto com ele se foi o aumento de velocidade, facilitando a aproximação do lobo cuja aura púrpura havia começado a clarear.

O coelho, sem ter mais como competir em velocidade, esperou que o lobo se aproximasse bastante, e então parou de se mover de uma vez.

O lobo, surpreendido, tentou parar e abocanhar o coelho, mas o excesso de velocidade não permitiu e o fez tombar por 5 metros antes de atravessar um tronco apodrecido e cair no chão com os músculos doendo.

O coelho não perdeu tempo e meteu pé daquele lugar, não usando menos que toda a velocidade que tinha.
Após passar por alguns troncos e arbustos, ele viu sua toca na base de uma árvore.

Era cedo pra comemorar. Enquanto não estivesse dentro de sua confortável toca, sua vida ainda correria perigo.

Ele correu, correu e correu mais como se toda sua vida dependesse disso.
Ele conseguia ouvir. Os passos velozes do lobo eram perceptíveis por suas orelhas sensíveis. Ele sentia a fera se aproximando.

[BOOM!]

Um estrondo foi gerado quando algo quebrou a barreira do som e um brilho amarelo cortou o ar, sendo seguido pelo som de rachaduras se estendendo a partir da base da árvore.

O corpo do coelho estava convulsionando, os olhos com esclera vermelha devido ao sangue acumulado e a boca aberta olhando para o céu enquanto tinha o pescoço bem preso entre os dentes do lobo.

Um leve aumento da pressão usada pelo lobo, e o pescoço do coelho se quebrou, produzindo um estalo desconfortável.

O lobo liberou o aperto, e o coelho caiu no chão igual a uma boneca de pano.
Um dos braços do animal albino tremia como seu último sinal de vida.

O lobo não esperou mais. Ele rasgou a carne do coelho e o devorou rapidamente, deixando apenas alguns pedaços de ossos para trás.

Ele começou a sair tranquilamente quando algo capturou sua audição.
O chão começou a tremer de leve enquanto o som de troncos se quebrando chegava até ele.

O lobo abandonou sua posição tão rápido quanto podia, e nem um segundo depois o corpo de uma onça parda atravessou a árvore e caiu no exato lugar onde ele estava.

A onça se levantou furiosa olhando na direção da qual ela foi arremessada.
Os olhos vermelhos de um javali selvagem a observavam de volta.

Os dois correram um contra o outro, e quando se chocaram houve um estrondo e uma densa nuvem de poeira se ergueu.

O lobo, ao ver tal demonstração de poder, se retirou.

O tempo passou, o sol fez todo seu caminho no céu, e a noite chegou.

A luz brilhante da lua nova se refletia nos olhos azuis do lobo negro enquanto este estava sentado em frente à sua toca.

Nada mais que um filhote que a pouco havia começado a amadurecer, ele era obrigado a sobreviver sozinho na natureza selvagem.

Ele baixou os olhos, observando um único arranhão em sua pata esquerda, antes de se virar para a toca e entrar.

Ele pegou uma rocha enorme que havia do lado de dentro e a empurrou para a porta, lacrando a única entrada e saída daquele local.

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Pra quem não leu a sinopse, história completa no noveltoon e mangatoon (eu tenho o mesmo nome de usuário lá também).

Alfa NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora