Capítulo 3: Habilidade especial

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No início tudo era frio e escuro. O tudo era nada, vazio.

Mas longe do que conhecemos como "tudo", haviam seres especiais, donos de conceitos, que contemplavam eternamente o vazio que era o universo.

Entre esses seres havia o fogo, uma entidade masculina que há muito perdera o interesse no vazio.
Ele queria mais, ele queria que aquele "tudo" vazio mudasse, se preenchesse.

Por tal motivo, o fogo feriu a si próprio, e desse ferimento saiu uma pequena centelha que tocou o vazio.

Essa centelha explodiu, gerando mundos inteiros completamente feitos de chamas.

O "tudo"  passou a ter o fogo dentro de sí, se tornando brilhante e vívido.
As outras entidades viram e se animaram, se alegraram com a cor nova que o "tudo" passou a ter.

Mas uma entidade não ficou satisfeita. Para ela aquela era uma obra incompleta.
A entidade feminina, o sangue, deixou que uma partícula de seu ser se soltasse e adentrasse o novo tudo.

Aquela pequena partícula se fragmentou em infinitas partículas ainda menores, que foram endurecidas pelo fogo e separadas, criando os mundos de terra, os mundos de água, e os mundos ardentes.

Os mundos ardentes foram chamados de estrelas, e os mundos de terra foram chamados de luas.
Os mundos de água não conseguiam se sustentar sozinhos, e os que não podiam virar gelo desapareceram, mas muitos deles se uniram à mundos de terra maiores, criando assim os mais lindos e exuberantes planetas.

O novo tudo era tão lindo que mesmo a entidade sangue não podia esconder sua surpresa.
As entidades restantes interpretaram tal beleza como resultado da união. O "tudo" se tornou tão belo porque fogo e sangue estavam juntos, e poderia se tornar ainda mais belo se eles permanecessem juntos.

Assim, eles foram enviados para dentro do "tudo" na forma de Ifraeth, o deus lobo de fogo, e Sanarah, a deusa loba de sangue.

Durante centenas de milhares de lyers eles habitaram o nosso mundo, e sua convivência gerou toda a vida nesse planeta.

Os melhores selecionados por eles foram divididos em dois gêneros, machos e fêmeas, para que um sempre pudesse completar o outro e para que juntos pudessem se elevar ao que os deuses chamam de perfeição.

···

"E é por isso que precisamos tanto de uma fêmea alfa, entendeu?"

"Sim, eu já entendi, mas onde você acha que eu vou conseguir uma candidata à alfa, hein?"

O dia começou mal pra mim.
Assim que o sol nasceu, Virko decidiu me contar sobre toda a origem do universo e como o deus de fogo e a deusa de sangue criaram toda a vida existente, o que não é de todo ruim, mas ele já está à um bom tempo me cobrando uma fêmea alfa, o que EU NÃO TENHO CONDIÇÕES DE ENTREGAR!

Virko suspira desapontado. Parece que ele finalmente entendeu que não há uma fêmea alfa.

"Não há muito o que esperar de um filhote de 6 mongaris. Ainda vão levar uns 2 lyers até que você possa copular... Você não devia ser o alfa."

"Quer parar de enfatizar o quanto eu sou jovem?"

"Não consigo! Se seus pais não morreram, então o que você está fazendo vivendo sozinho? Se perdeu de sua alcatéia? Seu pai não tinha um farejador junto com ele?"

Alfa NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora